O comboio com mais de 300 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública que saiu na noite desta segunda-feira (8/5) de Brasília já está no Rio, informou no início da tarde desta terça-feira (9/5) o Ministério da Justiça. O desembarque do efetivo, dividido em grupos, está sendo feito no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar do Rio (CFAP), em Sulacap, zona oeste da capital.
O CFAP será a base para os profissionais, que ficarão de prontidão. As equipes se unem ao contingente de 125 homens que já estava trabalhando no Estado.
Também nesta terça-feira, segundo o ministério, o Diário Oficial da União publica portaria que trata da prorrogação do emprego da Força no Rio por um período de 90 dias. A Força foi chamada em novembro de 2016 por conta dos protestos que terminaram de forma violenta em frente à Assembleia Legislativa do Rio.
As manifestações, organizadas por servidores públicas, foram em repúdio aos projetos anticrise do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que penalizava o funcionalismo, e cuja votação pelos deputados ainda não terminou. Na ocasião, o reforço foi de 500 homens.
Os detalhes do emprego do efetivo que chegou nesta terça ainda estão sendo definidos em conjunto entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Secretaria de Estado da Segurança do Rio. A solicitação de envio da Força foi feito por Pezão ao presidente Michel Temer (PMDB) há uma semana, no mesmo dia em que 11 veículos foram incendiados a mando de traficantes em vias importantes da zona norte do Rio. Na ocasião, o governador afirmou, porém, que o pedido não tinha relação com os incidentes
O presidente Michel Temer determinou aos ministérios da Defesa e da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a elaboração de medidas para enfrentar a crise de segurança fluminense, afirmou na segunda-feira o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
O ministro não citou prazo para a apresentação do plano para o Rio. Informou que a ideia é fazer uma operação integrada entre as instâncias, semelhante à utilizada durante os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.
Para Jungmann, o plano não pode gastar recursos desnecessários. Ele criticou a operação das Forças Armadas no Complexo da Maré, na zona norte do Rio, que durou um ano e meio e, conforme o ministro, custou R$ 400 milhões.
"Quando nós saímos, não entrou o Estado com seu conjunto de serviços. O que aconteceu? Em boa medida, (o tráfico) voltou ao que era antes", afirmou o ministro.