Jornal Correio Braziliense

Brasil

Após Polícia Federal, Ministério Público do Rio vai investigar Baleia Azul

O jogo consiste em 50 desafios a serem cumpridos, que podem envolver automutilação com instrumentos afiados e indução ao suicídio

Um inquérito civil foi instalado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para investigar o jogo Baleia Azul e retirar da internet páginas virtuais que o veiculam. De acordo com a promotora Paula da Fonseca Bittencourt, a iniciativa partiu do fato de que o jogo estaria induzindo adolescentes russos ao suicídio.

O jogo já é alvo de investigações policiais em pelo menos oito estados do Brasil. Segundo o MP, mortes de jovens em Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso podem estar ligadas ao Baleia Azul. No Rio de Janeiro, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática já investiga o aliciamento de jovens.

O jogo consiste em trocas de mensagens em que um dos organizadores do grupo envia uma série de 50 desafios a serem cumpridos, que podem envolver assistir filmes de terror, automutilar-se com instrumentos afiados e ficar doente. Segundo o MP, os desafios do Baleia Azul envolvem isolamento social, automutilação e incentivo ao suicídio de adolescentes e jovens, o que é crime previsto pelo artigo 122 do Código Penal.

Polícia Federal

Na semana passada, a Polícia Federal divulgou que vai investigar o jogo virtual após determinação do ministro da Justiça, Osmar Serraglio. A medida foi tomada após pedidos do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e de quatro deputados federais: Laudívio Carvalho (SD-MG), Carmem Zanoto (PPS-SC), Pollyana Gama (PPS-SP) e Eliziane Gama (PPS-MA).

Os deputados teriam justificado o pedido após relatos sobre a participação de jovens em Estados como Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão e Amazonas. Pelo menos três mortes suspeitas já são investigadas pelas autoridades locais de Belo Horizonte (MG), Pará de Minas (MG), Arcoverde (PE).

"Solicitamos apuração dos fatos pela PF e a responsabilização dos organizadores desse jogo no Brasil", disse o deputado Laudívio Carvalho, segundo informações do Ministério da Justiça.

* Com informações da Agência Estado