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OAB pede à Polícia Federal que investigue chacina em Mato Grosso

De acordo com a polícia, foram quatro os assassinos que entraram e executaram, barraco por barraco, as pessoas que estavam dentro deles, depois de torturas

postado em 24/04/2017 07:30
Grupo encapuzado invadiu a área rural em Mato Grosso e atirou contra famílias: chacina é investigada pela polícia
A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) vai pedir à Polícia Federal que atue na investigação da chacina de nove trabalhadores sem terra em Colniza, norte do estado, na última quinta-feira, para que seja feita ;uma apuração rigorosa e correta;. Segundo o presidente da entidade, Leonardo Pio, ;é inaceitável que, nos dias de hoje, episódios brutais como esses se transformem em estatísticas. Não vivemos numa terra sem leis e não podemos admitir que se pense o contrário;.

De acordo com a polícia, foram quatro os assassinos que ;entraram e executaram, barraco por barraco, as pessoas que estavam dentro deles;, depois de torturas, apontam as investigações policiais preliminares. Organizações não governamentais e o Movimento dos Sem-Terra (MST) suspeitam que as mortes teriam sido encomendas de fazendeiros.

[SAIBAMAIS]Agentes da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) do MT informaram ontem que as nove vítimas foram mortas a golpes de facão e a tiros de uma arma calibre 12. Alguns corpos foram encontrados ainda amarrados, sendo que, de um deles, teria sido cortada e levada uma orelha.

Os exames de necropsia e colheita de testemunhas foram iniciados dois dias depois que a chacina foi denunciada. A polícia local alegou dificuldade de acesso à gleba de Taquaruçu do Norte, onde os corpos foram encontrados, por situar-se a 250 quilômetros de Colniza, em mata fechada. Ontem, os corpos foram liberados e sepultados após identificação.

As vítimas eram de Rondônia, Alagoas e do Mato Grosso, com idades entre 23 e 57 anos. Elas eram, Fábio Rodrigues dos Santos, Izaul Brito dos Santos, Ezequias Santos de Oliveira, Samuel Antônio da Cunha, Francisco Chaves da Silva, Valmir Rangel do Nascimento, Aldo Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes.

A Prelazia de São Félix do Araguaia alertou para o risco de novas situações violentas. ;As famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde o ano de 2004;. Conforme a Comissão Pastoral da Terra, a gleba ;é marcada por conflitos e violência há mais de 10 anos. Outros assassinatos e agressões já ocorreram no local. Investigações da Polícia Civil, feitas há dois anos, apontaram que os gerentes de fazendas na região comandavam uma rede de capangas, altamente armados, que usavam o terror para que a área fosse desocupada pelos pequenos produtores;.

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