Conseguir um lar para um animal que foi resgatado das ruas não costuma ser algo fácil. Protetores independentes ou organizações coletivas sem fins lucrativos usam as redes sociais para anunciá-los na busca por tutores. Para tentar melhorar essa situação, a paulista Andreia Freitas, de 41 anos, criou um aplicativo para identificar animais que estão disponíveis para adoção, seguindo a preferência das pessoas. A psicóloga começou uma campanha de financiamento coletivo para auxiliar nas despesas da plataforma. O prazo para a contribuição se encerra em maio e a plataforma deve estar disponível para download - em smartphones e computadores - em setembro.
O objetivo do app é promover a adoção responsável e atingir o maior número de pessoas. Os protetores ou as ONGs deverão preencher um questionário com todas as informações do animal e o adotante com suas preferências. Se combinarem, dará um "match" e poderão conversar sobre o novo bichinho de estimação pelo próprio aplicativo. "Adoção responsável nada mais é que resgatar o animal, castrá-lo e vaciná-lo. A castração é fundamental para evitar que esses cachorros e gatos vivam sem lares pelas ruas", acrescenta. A plataforma funciona com geolocalização e estará habilitada para todo o país.
Andreia resgata animais abandonados ou em situação de maus tratos há 15 anos. Ela paga com o dinheiro do próprio bolso para cuidar dos bichinhos. Para ajudar nas despesas, além de trabalhar como psicóloga, a paulista é "catsitter" (cuidadora de gatos) em suas noites livres ou nos fins de semanas. Por esse motivo, a paulista é protetora de animais independente, sem ser vinculada à instituições. "Eu faço de acordo com a minha disponibilidade de tempo e financeira. Só às vezes resgato com uma amiga muito querida que também ama os animais", completa.
Apesar de todas as dificuldades, Andreia não pensa em desistir. Atualmente, ela tem 17 cães e seis gatos disponíveis para adoção, que são anunciados no Instagram e no Facebook dela: "É muito gratificante saber que eles conseguiram um bom adotante, que estão saudáveis e felizes. Por pior que seja a situação, não consigo virar as costas. O amor que eu sinto por eles me motiva a continuar". A maioria dos bichos resgatados por ela são encontrados em comunidades carentes da capital paulista.