Policiais civis prenderam um universitário de 24 anos, morador de Sorocaba, no interior de São Paulo, que se passava por agente de modelos e exigia favores sexuais das candidatas interessadas em ganhar até R$ 15 mil por mês. O falso agente usava redes sociais para angariar interessadas e condicionava a assinatura do contrato ao "teste do sofá".
Uma candidata marcou um encontro com o suspeito e chamou a polícia. Ele foi preso em flagrante por tentativa de estupro mediante fraude, mas vai responder em liberdade pelo crime.
A prisão aconteceu na noite de sexta-feira (3/3) em Salto de Pirapora, também no interior de São Paulo, mas o caso só foi divulgado nesta segunda-feira (6/3).
A jovem que procurou a polícia já havia trabalhado como modelo e respondeu a uma proposta do suposto agente na rede social. Depois de falar sobre a possibilidade de ganhos "de R$ 2 mil a R$ 15 mil", o rapaz disse que representava uma grande agência da capital e começou a assediá-la. Ele quis saber se ela era ambiciosa e se estava disposta a tudo para conseguir um contrato.
"Buscamos meninas gananciosas e ambiciosas que façam qualquer coisa para garantir a vaga", postou.
À polícia, a jovem disse que percebeu que era golpe, pois a agência citada por ele não tinha agentes na região, mas decidiu manter o diálogo com o propósito de entregar o aliciador à polícia. Ele propôs um teste em que ela teria de ser fotografada em roupas íntimas.
"Me envia fotos do seu corpo", pediu. Em seguida se referiu ao teste do sofá e foi direto ao ponto. "Existe algo que eu não possa fazer no teste? Eu posso tudo? Eu realmente quero dar a vaga pra você...", escreveu.
"Modelo não é prostituta... ao meu ver. Pelo menos sempre fiz propagandas e nunca precisei disso", reagiu a jovem.
Ele deu sequência ao diálogo dizendo que ela estava sendo radical. "A questão é a vaga e o dinheiro. As vagas são para TV e o famoso teste do sofá existe... infelizmente."
O rapaz, que não teve o nome divulgado, foi preso no local em que havia marcado encontro com a jovem, em uma praça de Salto de Pirapora. Ele faz faculdade em Sorocaba e trabalha com informática, mas negou o assédio à polícia, alegando que havia combinado uma brincadeira com amigos.
Depois de passar a noite na cadeia, o estudante foi posto em liberdade durante a audiência de custódia, realizada no Fórum de Sorocaba. A Polícia Civil investiga se ele fez outras vítimas.
A jovem disse que o rapaz foi extremamente vulgar e só manteve a conversa pela rede social e por um aplicativo para entregá-lo à polícia.
"Espero que nenhuma outra mulher tenha que passar por isso", disse.