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Ministério da Saúde libera 53 mi para fábricas de vacinas do Butantan

Os recursos serão utilizados na aquisição de equipamentos nas fábricas responsáveis pelos imunizantes contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B

O Ministério da Saúde assinou nesta quarta-feira (8/2) convênio para liberação de R$ 53 milhões para a produção de quatro vacinas no Instituto Butantan. Os recursos serão utilizados na aquisição de equipamentos nas fábricas responsáveis pelos imunizantes contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

A modernização das unidades de produção atende a exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Devido à resolução anterior editada pela agência, a atividade nas fábricas estava interrompida desde 2011.

Segundo o diretor do Butantan, Jorge Kalil, a vacina contra a coqueluche, que está sendo desenvolvida no instituto, é mais eficiente do que as disponíveis atualmente. Ele disse que na Europa e nos Estados Unidos é usada a vacina acelular, que utiliza apenas algumas das proteínas que compõe a bactéria que causa a doença. Porém, no Brasil é usado todo o microrganismo. ;Nós entendemos que a bactéria inteira é que promove maior proteção na vacina. Só que ela é tóxica em adultos;, disse.

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A redução da toxidade da bactéria para diminuir os efeitos colaterais da imunização é o principal avanço do produto desenvolvido pelo instituto. ;Vamos precisar da fábrica para fazer os últimos testes clínicos", afirmou o diretor, sobre a importância do dinheiro liberado hoje.

Migrações

Segundo Kalil, a coqueluche é uma doença que reapareceu em diversos países com as recentes migrações. ;Essas ondas migratórias que estamos tendo na Europa faz com que esse pessoal traga doenças que estavam extintas na Europa e nos Estados Unidos;, enfatizou.

Esse fluxo de pessoas e consequente trânsito de microrganismos é uma preocupação do governo brasileiro. ;Cada vez mais, a imigração que acontece entre vários países vai necessitar de mais e mais vacinas. Nós queremos estar preparados para abastecer o nosso mercado e, também, para sermos exportadores de vacinas para todo o mundo;, ressaltou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Para o ano que vem, Barros disse que a intenção é aumentar a cobertura da imunização contra gripe. ;Nós estamos ampliando de 60 milhões para 80 milhões de doses da vacina de influenza para 2018 e, evidentemente, haverá uma ampliação do público a ser coberto por essa vacinação;, destacou, sem adiantar quais serão os grupos que vão receber a vacina a partir do próximo ano.

Em relação à febre amarela, o ministro disse que foram disponibilizadas 10 milhões de doses extras da vacina contra a doença, além do que é oferecido normalmente para o calendário anual de vacinação. ;A vacina da febre amarela, que está sendo produzida em escala máxima de produção, para que, eventualmente, em uma necessidade, nós possamos ter disponível;, acrescentou.

Na região da Zona da Mata mineira, onde, segundo Barros, está um dos principais focos da doença, 90% dos residentes já foram imunizados.