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Mesmo com Exército nas ruas, população permanece em casa na capital do ES

O patrulhamento na capital capixaba, que desde a noite de segunda-feira (6/2), é feito por soldados do Exército, também é reduzido. O comércio na cidade vai sendo retomado aos poucos

No quinto dia de paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo, o movimento ainda era pequeno nas ruas de Vitória na manhã desta quarta-feira (8/2). Com o transporte público e as aulas suspensos, poucas pessoas são vistas nas calçadas. Assustadas com a violência, as famílias preferem se trancar em suas casas.

O patrulhamento na capital capixaba, que desde a noite de segunda-feira (6/2), é feito por soldados do Exército, também é reduzido. O comércio na cidade vai sendo retomado aos poucos.

A reportagem percorreu cerca de oito quilômetros entre Vitória e Vila Velha por volta das 8h30 desta quarta-feira e avistou patrulhas do Exército apenas na Praia da Costa, na região próxima à residência oficial do governador, Paulo Hartung (sem partido).

Agentes da Força Nacional de Segurança, que chegaram ao Espírito Santo nesta terça-feira (7/2), não foram vistos no trajeto.

Hartung está de licença médica, mas a expectativa é de que ele se pronuncie nesta quarta-feira. O governador passou por operação em São Paulo na última sexta-feira (3/2), no Hospital Sírio-Libanês para a retirada de um tumor na bexiga. Ele voltou a Vitória na terça-feira (7/2).

Por meio de suas famílias, os PMs continuam tentando negociar com o governo a volta ao trabalho. Nesta quarta deve haver nova reunião entre as partes. O governo sustenta que não vai negociar enquanto os policiais não voltarem a seus postos.

A categoria reivindica reajuste salarial e denuncia falta de pagamento de auxílio-alimentação, adicional noturno e por periculosidade, além de más condições da frota de veículos empregada no patrulhamento. Familiares de PMs seguem posicionados na frente de batalhões na Grande Vitória e em cidades do interior para impedir a saída dos PMs e de carros.

A sensação de insegurança é grande, e os cidadãos se dizem reféns dos criminosos. O número oficial de mortos supera 75 desde o início do movimento. Nas redes sociais, há relatos de vizinhos que contrataram segurança armada para seus prédios, como forma de afastar assaltantes.