A segunda edição da caminhada pela paz na capital paulista reivindica a inclusão de travestis e transexuais no mercado formal de trabalho. O ato começou às 14h deste sábado(28/1) no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e seguiu em direção à Câmara Municipal de São Paulo, no centro.
Dimitri Sales, presidente do Instituto Latino Americano de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, disse que o objetivo é dar visibilidade para travestis e transexuais. ;É revindicar os direitos, tirar o estigma e o preconceito;, disse. ;Queremos dignidade e emprego, estamos lutando para que essas pessoas sejam inseridas;, completou.
A transexual Renata Peron, presidente da Associação Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais (Cais), conseguiu se formar e ter uma profissão - atualmente ela é assistente social. ;Estudei três anos e meio em uma universidade que não tinha abertura, mas a gente acabou abrindo espaço de diálogo. É tudo muito difícil, mas quando a gente luta, a gente consegue;, contou ela.
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), com a falta de aceitação do empregador formal, 90% desse público tem de recorrer à prostituição para sobreviver. Por isso, durante o ato, os participantes fizeram um desfile vestindo-se com roupas que remetem às profissões que travestis e transexuais desejam ter.
;Não podemos ficar esperando que o estado tenha essa consciência e faça (políticas públicas para travestis e transexuais) sem cobrar. Nenhum dos movimentos que até hoje conseguiram direitos, como o negro e os deficientes físicos, ficaram esperando o estado reconhecer isso, foram à luta. É o que nós estamos fazendo;, disse Renata.
Os organizadores vão entregar, no final do ato simbólico em frente à Câmara, a minuta de um projeto de lei a vereadores pedindo cotas de 5% em concursos públicos e em favor de políticas públicas para que mais travestis e transexuais tenham emprego com carteira assinada. ;Só não se deve discutir cotas em um país que tem evolução e educação para todos;, disse Renata.