Azelma Rodrigues - Especial para o Correio
postado em 24/01/2017 07:28
Novas informações sobre a queda do avião que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e mais quatro pessoas, na última quinta-feira, não devem ser divulgadas tão cedo. Ontem, o juiz da 1; Vara Federal, Raffaele Felice Pirro, determinou que as investigações têm de ser mantidas sob sigilo. A boa notícia, no entanto, é que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) conseguiu recuperar todos os áudios do gravador de voz da aeronave, apesar de o equipamento estar mais deteriorado do que se imaginava, devido aos dias em que ficou submerso no mar.
[SAIBAMAIS]Embora tenha um aparelho para gravar os áudios do piloto, o instrumento de aviões de pequeno porte como o da tragédia que matou o magistrado em Paraty (RJ) não tem tantas informações quanto uma caixa-preta de aeronaves maiores. Não contém dados importantes, como a altitude, a velocidade e a aceleração do momento do acidente. Mesmo assim, o equipamento é considerado uma peça-chave para descobrir o motivo da queda. Assim que recuperado, o gravador foi encaminhado para Brasília, para ser analisado no Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), único local especializado em lidar com esse tipo de equipamento no país.
Depoimentos
Com a determinação do juiz, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) terão de manter sigilo sobre as investigações que iniciaram no dia seguinte ao desastre. Na última sexta-feira, a procuradora Cristina Nascimento de Melo, que comanda o inquérito no MPF, já havia encaminhado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um pedido para ter acesso a documentos sobre a manutenção da aeronave. Os depoimentos de pessoas que viram o acidente é outro ponto crucial na investigação. Profissionais do Cenipa entrevistaram testemunhas oculares durante todo fim de semana, a fim de buscar elementos para facilitar as apurações.