Jornal Correio Braziliense

Brasil

'Somos todos vítimas de uma trapaça da sorte', diz ministro Barroso, do STF

"Teori era um homem íntegro, preparado e trabalhador. Perco um amigo querido, que eu recebia em casa com frequência", afirmou Barroso em nota

Para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a morte do também ministro da Corte, Teori Zavascki, é uma perda para o País. "O Tribunal perde um juiz especialmente vocacionado. E o País perde um grande homem. Somos todos vítimas de uma trapaça da sorte", afirmou Barroso em nota divulgada nesta tarde após a confirmação da morte de Teori devido a um acidente de avião que levava o magistrado de São Paulo a Paraty.


[SAIBAMAIS]"Teori era um homem íntegro, preparado e trabalhador. Perco um amigo querido, que eu recebia em casa com frequência", afirmou Barroso em nota.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância, também divulgou nota lamentando o ocorrido e chamando Teori de "um herói brasileiro".

"Tive notícias do falecimento do ministro Teori Zavascki em acidente aéreo. Estou perplexo. Minhas condolências à família. O ministro Teori Zavascki foi um grande magistrado e um herói brasileiro. Exemplo para todos os juízes, promotores e advogados deste País. Sem ele, não teria havido Operação Lava Jato. Espero que seu legado de serenidade, seriedade e firmeza na aplicação da lei, independente dos interesses envolvidos, ainda que poderosos, não seja esquecido", afirmou Moro.

A aeronave decolou do Campo de Marte, aeroporto localizado na capital paulista, às 13 horas, e caiu por volta das 13h45, segundo a Marinha. De acordo com informações disponíveis no site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Beechcraft C90GT tem capacidade para sete passageiros, além do piloto. É um avião bimotor turboélice fabricado pela Hawker Beechcraft. A aeronave PR-SOM está registrada em nome da Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras Limitada.

Relator da Lava-Jato na Corte, o ministro era o responsável por conduzir os desdobramentos da maior investigação de combate à corrupção no País que envolvem autoridades com foro privilegiado Teori estava empenhado, nos últimos meses, na análise da delação premiada dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, o mais importante acordo celebrado pela operação até aqui e que aguarda homologação.

Até então, o ministro já havia homologado 24 delações premiadas no âmbito da operação que implicam políticos dos principais partidos do País, da base e da oposição do governo federal. Teori foi ministro do Supremo Tribunal Federal a partir de 29 de novembro de 2012. O ministro foi presidente da 2; Turma da Corte entre 2014 e 2015.