Jornal Correio Braziliense

Brasil

Em greve, agentes penitenciários barram visita de familiares em Bangu

Havia visitas previstas para esta terça em três prédios do complexo

Agentes penitenciários que fazem greve no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste o Rio, cancelaram as visitas dos familiares dos detentos que estão no local, nesta terça-feira (17/1). Havia visitas previstas para esta terça em três prédios do complexo.

Às 4 horas da manhã, quando começa a distribuição de senhas para familiares entrarem, formou-se uma grande fila, mas as famílias foram avisadas que os agentes penitenciários não permitiram sua entrada.

Algumas pessoas permaneciam na porta do presídio até o meio-dia, ainda com esperanças de visitar os parentes presos. Entre os familiares presentes, havia muitas mulheres, idosos, crianças e bebês de colo, filhos de detentos.

A mulher de um dos presos, de 32 anos, carregava um bebê de cinco meses de vida, que visitaria o pai. Segundo ela, caminhões com comida, gelo e dos correios também foram impedidos de entrar na penitenciária.

"Se o Estado não paga os servidores, a culpa não é nossa, não é dos detentos que já estão pagando pelos seus crimes aqui dentro. Eles têm que resolver isso com a Assembleia Legislativa (Alerj)", afirmou a mulher, que não quis se identificar, e tinha deixado sua casa em Maricá, na região metropolitana do Rio, às 5h da madrugada para estar às 9h na porta do complexo penitenciário.

Durante o funcionamento normal do presídio, as famílias têm autorização para entrar no complexo até 12h. A visita dura até 16h.

Os agentes penitenciários disseram que a greve, iniciada nesta terça-feira, vai durar a semana toda. Além das visitas proibidas, os presos também ficarão sem banho de sol.

A assessora de comunicação do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro, Elisete Henriques, negou que o caminhão de comida tenha sido impedido de entrar no complexo, mas admitiu que o de gelo e correios foram barrados.

De acordo com ela, os agentes penitenciários estão em seus postos e cumprindo funções essenciais, como atendimento à saúde e cumprimento de alvará de soltura. Novos presos, entretanto, não serão recebidos enquanto durar a greve.

Por Agência Estado