[SAIBAMAIS]Os agentes desembarcaram com 5 toneladas de equipamentos e foram recebidos pelo secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro. "Vamos nos reunir hoje à tarde para especificar as missões e atuações dos agentes dentro e fora dos presídios", disse.
A medida faz parte do auxílio do governo federal ao Estado, que solicitou reforço na segurança do sistema penitenciário após a morte de 46 detentos nos últimos quatro meses em rebeliões nos presídios.
O efetivo deve auxiliar na segurança do entorno dos presídios, na recaptura de fugitivos e na escolta e guarda de presos em caso de deslocamento. Eles não devem substituir os agentes penitenciários dentro das cadeias.
O governo de Roraima também pediu mais R$ 9 milhões em recursos, armas e munições e a transferência de oito líderes de facção criminosa para presídios federais. Hoje, 18 detentos integrantes de facções criminosas no Estado estão em presídios federais.
Massacre em Manaus
Um sangrento confronto entre facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, deixou 56 mortos entre a tarde de 1; de janeiro e a manhã do dia 2. A rebelião, que durou 17 horas, acabou com detentos esquartejados e decapitados no segundo maior massacre registrado em presídios no Brasil - em 1992, 111 morreram no Carandiru, em São Paulo.
Treze funcionários e 70 presos foram feitos reféns e 184 homens conseguiram fugir. Outros quatro presos foram mortos no Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), também em Manaus. Segundo o governo do Amazonas, o ataque foi coordenado pela facção Família do Norte (FDN) para eliminar integrantes do grupo rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Cinco dias depois, o PCC iniciou sua vingança e matou 31 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista, Roraima. A maioria das vítimas foi esquartejada, decapitada ou teve o coração arrancado, método usado pelo PCC em conflitos entre facções.
Com 1.475 detentos, a PAMC é reduto do PCC, que está em guerra contra a facção carioca Comando Vermelho (CV) e seus aliados da FDN. Roraima tem 2.621 presos - 900 dos quais pertenceriam a facções, a maioria do PCC. No total, 27 facções disputam o controle do crime organizado nos Estados.
A guerra de facções deixou o sistema penitenciário em alerta, os e governadores de Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pediram ajuda do governo federal com o envio da Força Nacional. Amazonas foi o primeiro Estado a receber o auxílio. A crise é tamanha que, segundo o Conselho Nacional de Justiça, são necessários R$ 10 bilhões para acabar com déficit prisional no País.
Por Agência Estado