Em São Paulo, por exemplo, os câmpus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de Guarulhos e Santos estão invadidos há duas semanas. Quando houve tentativas em escolas no Estado, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) atuou em menos de 24 horas para que a Polícia Militar retirasse os estudantes, sob o argumento de que um parecer da Procuradoria-Geral do Estado garante a autotutela dos prédios - o que dispensa, nessa versão, o mandado de reintegração.
Carina Vitral, presidente da UNE, disse que as ações em universidades têm potencial maior para se manter. "A autonomia universitária determina que a polícia só pode entrar no câmpus com autorização do diretor ou reitor."
Segundo ela, a mudança de atuação do movimento estudantil foi importante para que continuasse forte. "A desocupação de escolas começou a ocorrer após a pressão do ministério para a realização do Enem e já havia um desgaste próprio dos secundaristas, que são menores de idade e estavam dormindo fora de casa havia mais de um mês. A mudança para as ocupações de universidade foi um reforço importante", disse.
Para Camila Lanes, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a intervenção em escolas cumpriu o seu papel por despertar a mobilização dos universitários. "Os secundaristas mostraram que essa é uma pauta nacional, que afeta a todos: universitários, estudantes de escolas públicas e particulares."
Balanço.
Das 194 universidades tomadas, duas - PUC Minas e PUC-RS - são particulares. Minas Gerais é o Estado com o maior número de invasões atualmente: 163. O Paraná, que chegou a ter simultaneamente mais de 854 escolas invadidas, já não tem mais nenhuma. Apenas a Universidade Federal do Paraná (UFPR) continua tomada por estudantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Agência Estado