O Rio de Janeiro voltou a viver um dia de protestos, desta vez com enfrentamento entre policiais, servidores e aposentados, contra o pacote anticrise do governo. Teve tumulto, com ruas e lojas fechadas, quebra-quebra e explosão de bombas de efeito moral. A votação das medidas de austeridade só deve começar nesta quinta-feira (17/11) à tarde.
Mesmo em meio a um tratamento contra o câncer, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, saiu a público para tentar acalmar os ânimos e lembrar que não é só o estado que está falido, mas que a falta de caixa atinge também outras unidades da Federação e o próprio governo federal.
No curto prazo, a alternativa para a situação de falência não é o arrocho, mas a flexibilização de algumas das medidas do pacote fiscal, acredita o presidente do Conselho Federal de Economia (CFE), Júlio Miragaya. Segundo ele, opções de melhora da grave situação só virão a longo prazo, a depender de a economia brasileira voltar a crescer, e do preço do petróleo voltar a subir. ;As medidas de ajuste fiscal são muito pesadas;, avalia o economista. ;Não é à toa que o funcionalismo do Rio está em estado de guerra;, continuou.
No tumulto em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pela manhã, a Polícia Militar utilizou spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha, na tentativa de dispersar manifestantes que tentavam retirar grades de proteção ao prédio. Policiais e manifestantes registraram ferimentos leves. ;Essas medidas não são para prejudicar, são para garantir o calendário de 2017 e 2018;, afirmou Pezão, que no anúncio do pacote semana passada estimou um deficit de R$ 52 bilhões nas contas do estado para o período.