Matheus dos Santos, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundarista (Upes), que apoia a ocupação das escolas no estado e em todo o país, foi um dos alunos que fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste fim de semana. O fato fez com que pessoas contrárias ao movimento estudantil o criticassem. Nas redes sociais, muitos argumentaram que, se Matheus, ao apoiar o movimento, impediu que alunos fizessem a prova, ele também não deveria ter feito.
Ao Correio, o jovem disse que os críticos tentam apenas desacreditar o movimento com um argumento "esdrúxulo". "Não é o Matheus que está ocupando centenas de escolas no país", disse. "É claro que fiz o Enem. Como todo estudante, tenho o sonho de entrar na universidade. Como outros 8 milhões de alunos, minha prova foi realizada neste fim de semana. Os que tiveram a prova adiada, também farão o Enem."
Matheus acrescentou que a Upes nunca foi contra o Enem, mas contra a atual proposta de reforma do ensino médio e a PEC que limita os gastos públicos. "Nós apoiamos a criação do Enem porque o víamos como uma forma de democratizar o acesso ao ensino superior. E, de fato, depois do Enem, mais negros, estudantes de escola pública e da comunidade LGBT ingressaram na universidade", disse.
Um dos que criticaram Matheus nas redes sociais foi Patrick Ignaszevski, que, no Facebook, se diz apoiador de um movimento intitulado Desocupa Paraná. Uma postagem do estudante de jornalismo na rede social tem sido compartilhada na internet. Nela, Patrick afirma: "Matheus, líder das invasões no Paraná faz o Enem enquanto mais de 32 mil alunos (paranaenses) são prejudicados e têm seu exame adiado pelas invasões que ele e a Upes estão fazendo em todo estado. Incoerência, a gente vê por aqui."