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Brasil

Fraude no Enem envolveu ponto eletrônico minúsculo, retirado com pinça

Segundo delegado da PF, quadrilhas cobram entre R$ 40 mil e R$ 200 mil para quem deseja passar no Enem de forma fraudulenta

O delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni afirmou que o sucesso das operações que prenderam pessoas que tentavam fraudar o Enem foram fruto de uma forte pareceria entre a PF, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre outros órgãos.

"As operações são a parte mais visível. Mas isso é decorrente de uma longa parceria.
Já vínhamos nas últimas semanas com uma troca intensa de informações", disse Perazzoni.

Ponto invisível


Segundo o delegado, detectar fraudes em uma era de grande avanço tecnológico é muito difícil. Ele exemplificou o desafio citando o caso de um dos candidatos detidos, que usava um ponto eletrônico tão pequeno que precisou ser retirado com uma pinça que tem um ímã na ponta.

Como os equipamentos estão cada vez mais discretos, ressaltou Perazzoni, o trabalho de informação é crucial. Com dados fornecidos pelo MEC, a PF chegou a um conjunto de suspeitos que pareciam agir de forma fraudulenta. Com autorização judicial, foi possível entrar nos locais da prova e realizar algumas prisões em flagrante.

Alto preço


De acordo com o policial, apurações mostram que a fraude no Enem custa entre R$ 40 mil e R$ 200 mil. As formas de ação não envolvem apenas a transmissão das respostas para o candidato por meio de dispositivos eletrônicos. Em alguns casos, outra pessoa vai fazer o teste no lugar do verdadeiro inscrito. Essa última modalidade pode ser prejudicada agora com a adoção do reconhecimento biométrico, avalia.