Na cidade de 101 mil habitantes, em razão do luto oficial de três dias decretado pelo prefeito Chico Balla (PTB), as repartições públicas estavam fechadas. Apenas unidades de saúde e serviços essenciais, como coleta de lixo, estavam funcionando. Parte do comércio baixou as portas, um pouco em função do luto, mas também devido aos boatos que circularam após o atentado, de que haveria retaliação. "Ficamos com medo, pois se falava em novos assassinatos. Houve casos de carros com adesivos de outros candidatos que foram depredados", contou Érika Soares Vanderley, gerente de hospedagem do hotel Beira Rio.
O taxista Benedito Soeiro viu o carro com adesivo de outro candidato ser cercado por partidários de Zé Gomes. "Chegaram a chutar o carro, mas ele escapou." Segundo ele, o ex-prefeito era muito estimado e certamente seria eleito no próximo domingo. "As pesquisas indicavam vitória fácil dele, pois estava muito na frente do segundo colocado." Soeiro acredita que, até a eleição, podem sair novos confrontos. "Tem muita gente que não aceita o que aconteceu e acha que tem adversários do Zé envolvidos com esses crimes."
O tenente-coronel Ricardo Mendes, enviado pela Secretaria da Segurança Pública de Goiás para Itumbiara, disse que o clima na cidade é de surpresa e perplexidade. Segundo ele, a segurança foi reforçada com o envio de tropas especiais de Goiânia. "Estamos com reforço no policiamento e não há clima de insegurança. O que existe é muita comoção, pois tanto o candidato, quanto nosso policial, eram pessoas queridas na cidade." A Polícia Federal também enviou delegados e agentes para a cidade.