A defesa do "interesse do país" é uma das justificativas previstas na lei para a concessão dos passaportes diplomáticos, que, na prática, permite aos seus beneficiários entrarem e saírem de alguns países com relação diplomática com o Brasil sem a necessidade de visto ou qualquer outra burocracia.
O argumento, contudo, vem sendo questionado na Justiça, e causou grande repercussão, fazendo com que o Itamaraty anunciasse em 29 de julho deste ano a suspensão do benefício a líderes religiosos
Na Justiça ainda há mais uma ação popular contra o passaporte diplomático entregue em maio deste ano ao pastor Samuel Ferreira e a sua mulher Keila, também pastora, da Assembleia de Deus. Nesta ação, contudo, a Justiça Federal negou a liminar e o caso foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 3; Região.
Ferreira é investigado na Lava-Jato suspeito de lavar dinheiro de propina para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por meio da igreja em Campinas. Foi a primeira vez, desde o começo da Lava-Jato, que um investigado sem prerrogativa de foro recebeu o benefício dado a autoridades.
A reportagem entrou em contato com a Igreja Mundial do Poder de Deus, mas não conseguiu localizar o pastor Valdemiro.