O oficial culpou os manifestantes pelo incidente que ocorreu após o fim do protesto na Estação Faria Lima. Na ocasião, a multidão foi dispersada em meio a bombas de gás lacrimogêneo arremessadas pela polícia. Segundo o coronel, a PM só atuou após pedido de funcionários do metrô. A concessionária ViaQuatro, responsável pela Linha 4 - Amarela, afirma que o pedido foi para organizar o fluxo de passageiros no acesso. Entre os atingidos pelo gás estavam o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o ex-ministro Roberto Amaral.
;Rabanete;
À frente da operação policial nas manifestações contra Temer em São Paulo no domingo, o tenente-coronel da PM Henrique Motta ironizou a situação da estudante Deborah Fabri, de 19 anos, que perdeu a visão do olho esquerdo ao ser ferida durante ato na semana passada. Em seu perfil no Facebook, o oficial compartilhou uma postagem da página de direita "socialista de iphone" com dois tuítes da estudante sobre protestos.
Na imagem, há uma montagem ironizando a jovem: "Quem planta rabanete, colhe rabanete". Segundo Deborah disse a médicos que a atenderam, o ferimento foi causado por estilhaço de bomba lançada pela PM. Procurada para comentar o assunto, a PM não se manifestou até o fechamento desta edição.
Entidades criticam ataque a jornalistas
Entidades representativas da mídia repudiaram a ação da Polícia Militar no desfecho do protesto contra o governo Michel Temer, no domingo. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destacou que, com a agressão deliberada da PM contra Felipe Souza (BBC Brasil), Mauricio Camargo (Agência Eleven) e Guilherme Balza (CBN), foi a 291 o número de casos registrados de violência contra jornalistas na cobertura de protestos desde junho de 2013. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) diz considerar "intolerável" as agressões por parte da PM. A Associação dos Correspondentes Estrangeiros (ACE) pediu ao governo de São Paulo "que investigue e puna os abusos registrados contra jornalistas e cidadãos desarmados". Abert e Aberj ainda criticaram o constrangimento a profissionais feito por manifestantes.