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Justiça 'encolhe' a maior chacina da história de São Paulo

Conforme as investigações, nenhum dos 19 mortos - incluindo os dois retirados da ação penal - tinha relação com os assassinatos dos agentes de segurança



Segundo as investigações, porém, durante os ataques ele apenas recebeu as mensagens, mas não respondeu. Já o GCM Manhanhã e o PM Cristilder trocaram mensagens suspeitas depois dos assassinatos. O PM mandou um "sinal de positivo" para o amigo, que respondeu com outro e também com um emoticom mostrando um braço forte. Eles alegam que falavam sobre um livro de Direito que o guarda emprestaria ao policial. Já Henklain também foi reconhecido por uma testemunha. "A chacina foi motivada por vingança. Isso está claro, tudo foi muito bem orquestrado e organizado pelos réus", disse Oliveira.

O advogado Abelardo Júlio da Rocha, que defende o GCM Manhanhã, disse que o seu cliente é inocente e a investigação foi "uma resposta política e nada mais que isso". O advogado José Carlos Campanini, defensor do policial Cristilder, afirmou que a investigação foi malfeita, por causa da pressa em dar uma resposta à sociedade. "Quem deveria estar preso não está." A advogada Flavia Artilheiro diz que o álibi de Eleutério "foi confirmado em juízo". A defesa do PM Henklain não respondeu ao pedido de entrevista.

Conforme as investigações, nenhum dos 19 mortos - incluindo os dois retirados da ação penal - tinha relação com os assassinatos dos agentes de segurança. Hoje, a partir das 6h, os familiares das vítimas da chacina farão um protesto na frente do vão do Masp, na Avenida Paulista. Eles cobram providências das autoridades em relação à punição dos envolvidos.

Pré-chacina

Uma "pré-chacina" com seis homicídios em Osasco, Carapicuíba e Itapevi, na Grande São Paulo, que aconteceu cinco dias antes dos crimes, ficou de fora da contagem da Justiça. Em outubro, a Secretaria da Segurança Pública chegou a somar as execuções, chegando a 23 mortos. Agora, os casos tramitam em processos diferentes.

Um dos mortos era Diego Siqueira Pereira, de 27 anos, alvejado dez vezes na Avenida Sport Club Corinthians Paulista, em Osasco. No momento do assassinato, ele estava com uma sacola de latinhas, que venderia para reciclagem, e R$ 4,20. A possibilidade de os crimes cometidos na "pré-chacina" estarem relacionados aos ataques do dia 13 começou a ser investigada após denúncia da Ouvidoria da Polícia.

Nem todos os casos, na mesma época, foram incluídos nas investigações, por não se ver relação com a chacina. "Era indispensável que todos os casos fossem incluídos", reclama o ouvidor Júlio César Neves, destacando que outros quatro homicídios em Osasco estão sem solução. "Os casos que não estão sendo divulgados pela mídia ficam no esquecimento", diz o ouvidor.