O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a casa noturna Villa Mix assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que o estabelecimento se compromete a não fazer seleção arbitrária de seus frequentadores. Segundo inquérito, ex-funcionários da casa relataram que eram orientados a selecionar clientes por critérios de raça, posição social e padrão estético.
Os clientes que enviarem, antecipadamente, os nomes para serem incluídos em uma lista de reserva vão entrar na casa por ordem de chegada. A Villa Mix ainda terá de reafirmar, no e-mail enviado como resposta aos frequentadores, que repudia discriminação:
;Ressaltamos, ademais, que a casa repudia qualquer forma de discriminação em virtude de raça, sexo, orientação sexual, identidade de gênero, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não contagiosa por convívio social ou qualquer outra forma de discriminação;.
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Denúncias postadas há um ano no Facebook deram início ao inquérito do MP-SP. A jornalista Stephanie Calazans, de 24 anos, uma das criadoras da página com críticas à casa noturna, contou que teve a iniciativa ao presenciar a discriminação contra uma amiga.
Em entrevista à Agência Brasil, em agosto do ano passado, a jornalista disse que tentava entrar com duas amigas na Villa Mix e que uma delas foi barrada. ;Era aniversário dela, e as três tinham nome na lista. Eles ficaram perguntando o número do RG e alegando que estava errado, mas a gente viu que era mentira. Foi uma situação bem humilhante. Minha amiga é simples, humilde, não tem os padrões da casa. Não usa salto, nem maquiagem pesada, nem roupa justa. E ela é parda;, disse a jornalista.
A Agência Brasil tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Villa Mix, mas ninguém atendeu ao telefone. Quando foi instaurado o inquérito, a casa informou que trabalha com idoneidade e sem qualquer prática de discriminação.