Agência France-Presse
postado em 28/07/2016 16:50
A Polícia Federal prendeu no Rio de Janeiro um brasileiro de origem libanesa por suspeita de vínculos com o grupo Estado Islâmico (EI). Chaer Kalaun, de 28 anos, foi preso na tarde de quarta-feira (27/7) em Nova Iguaçu, depois que as autoridades rastrearam mensagens nas redes sociais fazendo apologia ao grupo terrorista, em um momento em que o Rio recebe os maiores atletas do mundo.[SAIBAMAIS]O suspeito "foi levado à noite para o presídio Ary Franco no Rio e foi detido por ter feito comentários sobre o Estado Islâmico (EI), mas não há nada de concreto", declarou nesta quinta à AFP seu advogado, Edison Ferreira. "Chaer Kalaun foi preso nesta quarta-feira (27/7) à tarde em sua casa em Nova Iguaçu", confirmou um porta-voz da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
A prisão foi ordenada pela Justiça Federal com base na nova lei contra o terrorismo. "O mandado de detenção foi emitido pelo Tribunal Penal No. 8 do Rio, mas a investigação está sob segredo de justiça", declarou um porta-voz judicial.
O advogado do disse disse à GloboNews que há "uma acusação definida. Apenas a suposição de que postou coisas no Facebook sobre o EI, mas sem qualquer ligação real. Não jurou fidelidade, portanto, não está em processo de ser recrutado, ou de colaborar ou apoiar projetos do EI".
Segundo o advogado, seu cliente é muçulmano e viveu no Líbano durante a adolescência. Ele trabalha em um negócio familiar no Saara, no centro do Rio, famoso pela coexistência pacífica entre comerciantes judeus e árabes.
A imprensa brasileira disse que a polícia suspeita que Kalaun poderia estar cumprindo tarefas de recrutamento no Brasil. O jornal Folha de São Paulo indicou que Kalaun viajou ao Líbano em 2013 e um ano depois foi preso durante a Copa do Mundo de 2014 por portar armas ilegalmente. Posteriormente foi libertado e seu processo está em andamento.
Na semana passada, a polícia desarticulou um grupo que trocava mensagens via WhatsApp e Telegram e que, segundo ela, coordenava preparativos para executar ações violentas durante os Jogos Olímpicos do Rio, que começam em 5 de agosto. Doze pessoas foram detidas em uma prisão de segurança máxima em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.