Delegados da Polícia Civil fazem paralisação, nesta segunda-feira, 27, para protestar contra o corte do orçamento e atraso nos salários no Rio de Janeiro. Até as 16 horas, serviços como registros de ocorrência e investigações estão suspensas. As perícias em casos de homicídio serão mantidas.
"Relutamos muito para não penalizar a população. Estaríamos penalizando muito mais se nos calássemos diante do quadro que estamos nos deparando. Hoje falta de salário a itens de higiene. Os policiais estão desmotivados, preocupados com as suas contas", afirmou o delegado Rafael Barcia, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpol).
Segundo Barcia, as delegacias têm passado por "problemas gravíssimos". Os policiais têm se cotizado para pagar desde material de limpeza à comida de presos, que ficam custodiados temporariamente nas delegacias. Havia um cartão alimentação, que permitia ao delegado comprar alimentação para esse preso, mas o benefício foi cortado. "Hoje policial faz vaquinha para tudo. E isso com salário pela metade", afirmou.
No último pagamento, o governo depositou R$ 1.000 mais a metade do que falta para completar o salário integral do servidor. A outra parcela não tem previsão para ser paga. De acordo com Barcia, a paralisação teve adesão de delegacias do Centro, zona sul, zona norte, além da Cidade da Polícia, que concentra as especializadas, como Delegacia de Combate às Drogas, Roubos e Furtos de Carga e Roubos e Furtos de Automóveis.
Às 14h, a Coligação dos Policiais Civis do Estado, que representa inspetores, investigadores e comissários, faz manifestação em frente à Chefia de Polícia Civil.
A Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre a paralisação nem sobre a adesão das delegacias.