Os dois presos preventivamente na Operação Esfinge, deflagrada na manhã desta sexta-feira (3/6), são o ex-coordenador-geral de Fiscalização da Receita Federal Marcelo Fisch e a mulher dele, Mariangela Menezes, indiciados e denunciados por crimes de corrupção passiva e ativa. As prisões ocorreram em Brasília e o casal deve ser conduzido ao sistema prisional do Rio de Janeiro. A PF também cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços dos integrantes do grupo criminoso em São Paulo e Brasília.
Fraudes de mais de R$ 6 bilhões em contratos de licitações são investigadas na operação. Estima-se que, em propinas, o grupo movimentou mais de R$ 70 milhões. Os mandados foram expedidos pela 8; Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Cerca de 30 policiais federais e doze servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda participaram da ação, em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal (MPF).
[SAIBAMAIS]A organização criminosa praticou fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro, no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, há suspeitas inclusive de fraude em uma licitação da Casa da Moeda. Um dos alvos é um escritório de consultoria, que teria recebido cerca de R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude à licitação na Casa da Moeda, sem prestar os serviços contratados. A PF suspeita que o estabelecimento servia de fachada para intermediar o pagamento de propina aos envolvidos no esquema.
O faturamento do contrato de licitação da Casa da Moeda ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões. O objeto contratado era o Sistema de Controle da Produção de Bebida (SICOBE), que tem por previsão a instalação de equipamentos contadores de produção, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras). O sistema também realiza o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos, e os remete à Receita Federal, para fins de tributação.
Esfinge
A Operação Esfinge, segundo a PF, é um desdobramento da Operação Vícios, que no ano passado cumpriu mandados de busca em 23 endereços ligados aos investigados, incluindo gabinetes do edifício sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.