A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou nesta quarta-feira (1;/6), por unanimidade, um pedido da indústria alimentícia para prorrogar o prazo de adequação da resolução RDC 26/2015, que trata dos requisitos de rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Com a decisão, as empresas têm até 3 de julho para alterar os rótulos dos produtos.
Há um mês, as indústrias de alimentos pediram prorrogação do prazo alegando ;pouco tempo; para rotular os produtos, entre outros motivos, como a questão do custo e a complexidade da cadeia produtiva, inclusive em relação aos suprimentos. Por cinco votos a zero, o pedido foi negado. Integrantes do Põe no Rótulo, movimento de famílias de alérgicos alimentares, comemoraram. Segundo a coordenadora e fundadora, Cecília Cury, a decisão representa um importante passo para o consumidor brasileiro. ;A Anvisa reforçou que o cidadão brasileiro tem direito à informação e reconheceu o impacto dos alimentos na saúde da população;, comentou.
O gastroenterologista pediátrico Henrique Gomes explica que a incidência de pessoas com alergias alimentares tem aumentado nas últimas décadas. Segundo ele, no Brasil, as pesquisas mais recentes apontam que elas afetam entre 6 e 9% das crianças e cerca de 5% da população adulta. O médico destaca que as reações podem ser variadas dependendo do nível de alergia que a pessoa tem. ;Há sintomas leves, que podem aparecer dias depois da ingestão, como vômito, diarreia, edemas na pele, tosse, e processos mais agudos e imediatos, que podem levar até ao choque anafilático.;
O médico lembra que a ;tradução; dos rótulos também é essencial para mães que amamentam e precisam restringir a dieta por causa de bebês alérgicos. ;A introdução de certos alimentos em crianças até 3 anos têm que ser feita aos poucos e com muita cautela. E aí a importância de se ter escrito no rótulo. Hoje em dia, você não consegue identificar o que tem no produto por causa das denominações.;