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Marcha das Lésbicas reivindica fim da violência contra as mulheres em SP

A 14; edição da Caminhada das Lésbicas e Bissexuais tem como tema principal a violência contra lésbicas da periferia. A concentração do ato começou neste sábado (28/5), às 14h no Largo do Paissandu, no centro da capital paulista, e deve seguir em passeata até o Largo do Arouche, também no centro, onde serão feitas atividades culturais.

;Muitas vezes, as meninas têm que sair de seus bairros para vivenciar a sua vida afetiva aqui no centro, onde é um pouco mais seguro. Acabam não vivendo suas vidas em seus próprios bairros;, disse Cíntia Abreu, representante da Marcha Mundial de Mulheres e integrante da organização do evento. Segundo ela, esse problema é invisível aos olhos da sociedade.

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Cintia disse que o ato é uma homenagem também à morte de Luana Barbosa dos Reis, em abril deste ano, depois de ter sido espancada pela Polícia Militar, no interior de São Paulo. ;Ela foi morta de uma forma extremamente violenta, todas nos poderíamos estar no lugar dela. Ela era uma mulher negra, mãe;, disse.

Participaram da marcha movimentos sociais, sindicais, partidários, estudantes, grupos de teatro e de cultura, além de mulheres da periferia. Outro assunto lembrado por Cintia foi o estupro praticado contra lésbicas. ;O estupro corretivo é um método que usam contra as lésbicas para fazer virar mulher, para virar hétero. Aqui já tivemos esses fatos e não queremos tanto retrocesso;, lamenta.

Fabiana de Oliveira é feminista integrante grupo Mulheres Perifa, do Grajaú, extremo sul da capital paulista. ;Sou atriz, negra, gorda e lésbica. E quando você é artista, existe um padrão, mas quando você o quebra, você sofre, porque as pessoas desdenham, não acreditam em você;, disse ela. ;É importante a gente se fortalecer como LGBT, temos que estar mais fortes do que antes.;

Cíntia Barnabé e sua esposa Natália Cristina estão se preparando para se tornarem pastoras na Igreja Cristã Contemporânea, que aceita o público homossexual. ;A nossa Igreja acredita que o lugar da mulher é onde ela quiser. Outras igrejas colocam a mulher num lugar de inferiorização; disse.

;Temos um entendimento de que somos uma Igreja para todos e o nosso fundamento é a família, tanto a homoafetiva, como a heteronormativa. O próprio senhor Jesus não foi aceito por todos; completou a futura pastora Cíntia.