A emoção de estar tão próxima da escritora pela qual ficou encantada quando tinha 14 anos de idade levou às lágrimas neste domingo (15) a educadora ambiental Elisabeth Carvalho. Ela saiu cedo de Vila Isabel, na zona norte da cidade, com a mãe, Léa, para conhecer a estátua de Clarice Lispector ; inaugurada nesse sábado (14), no Leme, zona Sul do Rio de Janeiro. ;É uma paixão de tantos anos;, destacou.
A ideia de homenagear Clarice Lispector, que morou no Leme durante 12 anos, partiu da professora de literatura Teresa Monteiro, biógrafa de Clarice, e foi encampada, entre outras pessoas, pela atriz Beth Goulart, que representou a escritora no teatro. Juntas, elas fizeram um abaixo-assinado para que a estátua de Clarice, com o cachorro Ulisses, fosse erguida. ;Foi um conjunto de forças, união de várias pessoas;, conta Teresa.
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Quando o artista Edgar Duvivier foi convidado para esculpir a estátua, como não havia patrocínio, ele produziu 40 miniaturas de Clarice com o cachorro que foram vendidas para admiradores da escritora, conseguindo assim o dinheiro necessário. ;Hoje, nós temos a estátua de Clarice e de Ulisses. Está sendo um sucesso;.
Nascida na Ucrânia em 1920, Clarice Lispector é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século 20. Seu primeiro romance ; Perto do Coração Selvagem ; foi publicado em 1944. No ano seguinte, a escritora ganhou o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Em 1960, publicou seu primeiro livro de contos, Laços de Família, seguido de A Legião Estrangeira e de A Paixão Segundo G. H., considerado um marco na literatura brasileira. Reconhecida pelo público e pela crítica, em 1976, recebeu o prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra. No ano seguinte, publicou A Hora da Estrela, seu último romance, que foi adaptado para o cinema, em 1985. Clarice Lispector morreu de câncer, na véspera de seu aniversário de 57 anos.