Estudantes da rede pública estadual encerraram o protesto desta terça-feira (10/5) com uma assembleia no Parque da Juventude, zona norte paulistana. Os jovens saíram do Parque da Luz, na região central da capital, e seguiram em passeata pela sede do Centro Paula Souza (CPS) e Instituto Federal de Educação de São Paulo. Nesse ponto, a polícia cercou o prédio preventivamente para impedir tentativas de ocupação do local. Os alunos protestaram contra a falta de merenda e as denúncias de corrupção na alimentação escolar.
Durante o percurso, o grupo levava faixas e gritava palavras de ordem, além de distribuir panfletos. ;Quando vamos para a rua, conseguimos chamar a atenção do trabalhador, que, muitas vezes, não recebe pela televisão e pelos grandes meios de comunicação as notícias de que realmente está faltando merenda nas escolas e de que a educação está precarizada;, disse o estudante Marcelo, 18 anos, para justificar o ato. Temendo represálias, ele não forneceu o sobrenome. Ao finalizarem o ato, os estudantes passaram a discutir os rumos do movimento.
[SAIBAMAIS]Na segunda-feira (9/5), a mobilização que une alunos do ensino técnico e da rede regular de ensino contabilizou a ocupação de 18 prédios públicos e a tomada de mais cinco escolas técnicas (Etecs). Ao todo, estão sob controle dos secundaristas 15 Etecs, duas escolas estaduais e uma diretoria de ensino.
Marmitas
Em resposta às demandas do movimento, o CPS anunciou o fornecimento de marmitas com almoço para os alunos do ensino técnico. Os estudantes reivindicam, no entanto, que seja firmado o compromisso da construção de refeitórios em todos os estabelecimentos de ensino da rede.
Atualmente, os estudantes com atividades durante todo o dia recebem dois lanches. ;A gente quer um programa que funcione a longo prazo;, afirmou Marcelo, que estuda na Escola Estadual Maria Helena Colônia, em Mauá, na Grande São Paulo.
Os estudantes também querem que a Assembleia Legislativa de São Paulo instaure uma comissão parlamentar de inquérito para apurar as denúncias de desvios nos contratos da merenda em pelo menos 20 municípios.