Agência Estado
postado em 15/04/2016 13:57
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e o Ministério Público prometeram nesta sexta-feira apertar o rigor e a fiscalização contra as torcidas organizadas. As autoridades apresentaram em entrevista coletiva os detalhes da Operação Cartão Vermelho, que realizou mandados de busca e apreensão em sedes da facções e prendeu 27 torcedores, e garantiram que vão vasculhar as contas das agremiações para acompanhar o funcionamento.Os trabalhos na madrugada de sexta-feira do comando da Polícia Civil tiveram a participação de 200 pessoas, cem viaturas e atuação em oito cidades paulistas e mais Uberaba (MG). A operação foi uma resposta aos incidentes no último dia 3 de abril, quando Palmeiras e Corinthians jogaram pelo Campeonato Paulista em domingo marcado pela morte de um torcedor, depredação de estação de metrô, agressões e conflitos em diversos pontos da cidade.
"Queremos focar na questão fiscal, na renda das torcidas organizadas. Ou elas escolhem o lado da lei, da segurança pública, e nos auxiliam de verdade a expulsar os torcedores criminosos, ou vão optar por serem tratadas como organizações criminosas. Não tem mais meio-termo", afirmou o Secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que classificou a operação como a maior já realizada contra torcidas organizadas.
A operação se concentrou em quatro sedes de torcidas organizadas de Palmeiras e Corinthians: Mancha Alviverde, Mancha Alviverde Baixada Santista (Praia Grande), Gaviões da Fiel e Pavilhão 9. Moraes acionou a Secretaria da Fazenda para que fossem buscados livros contábeis e registros financeiros das agremiações. Na sede da Gaviões, no bairro do Bom Retiro, foi apreendida uma quantia de cerca de R$ 60 mil, cuja origem não está esclarecida
O Corpo de Bombeiros também acompanhou os trabalhos e deve realizar laudos técnicos sobre as sedes das torcidas. A Pavilhão 9, do Corinthians, já teve o prédio lacrado por falta de segurança. O secretário afirmou que a Gaviões da Fiel também deve ser lacrada nos próximos dias. "A operação é um momento histórico. Não vamos dar trégua", disse o promotor Paulo Castilho, do Juizado Especial do Torcedor. "Não daremos trégua", repetiu.