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Escola oferece cursos de 'habilidades que todo homem gostaria de ter'

A página, criada há apenas um mês, gerou polêmica nas redes sociais e colocou homens e mulheres em uma discussão sobre gênero e machismo


Sinuca, poker, drinks, ;altinha;, churrasco e regras de futebol americano. Uma empresa do Rio de Janeiro criou uma escola para ensinar ;homens casados, amantes e solteiros; a fazer essas ;coisas de homens;. O Los Cuecas, como o grupo é chamado, tem aulas exclusivas para o público masculino, ;rápidas e sem frescuras; com professores que têm "habilidades fundamentais que todo homem gostaria de ter;. O novo empreendimento, criado há apenas um mês, gerou polêmica nas redes sociais e colocou homens e mulheres em uma discussão sobre gênero e machismo na internet.

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Em nota nas redes sociais, a empresa afirmou que ;não tem pretensão de fazer um homem ser mais homem; e é contra qualquer tipo de discriminação. ;Nosso objetivo é criar uma experiência legal de aprendizado sobre coisas que podem virar um hobby ou uma distração para aliviar as tensões do dia-a-dia." A repercussão surgiu depois do grupo postar uma imagem divulgando os cursos. Na página do Facebook, o Los Cuecas já acumula mais de três mil curtidas.

Um dos fundadores da empresa, Felipe Braga, explicou ao Correio que a escolha do público-alvo ocorreu de maneira natural. No entanto, segundo ele, há casos de mulheres que se interessam pelas aulas. "Em geral, elas não vêem problemas em termos um público; bem definido. Com tantas sugestões, já consideramos até criar uma plataforma só para elas."

O Los Cuecas surgiu da frustração de um dos sócios ao procurar um curso de marcenaria. Não existia nada que fosse convidativo, acessível, que não fosse profissionalizante. De acordo com Braga, o que procurava era uma distração, um hobby, algo para desestressar após um dia de trabalho. Em uma conversa entre ele e o sócio, chegaram a conclusão de que isso também deveria ocorrer com outros homens.

;Conversamos com amigos e fomos descobrindo histórias interessantes, como um cara que morria de vontade de participar do futebol da empresa, mas não sentia segurança depois de uma década sem jogar; outro se arrependia de não ter aprendido a pescar com seu avô; ou aquele que ia à praia com os amigos e ficava de fora da roda de altinha;, exemplificou. De conversa em conversa, surgiram ideias para cerca de 60 cursos, que variam desde ensinar a lavar as próprias roupas até jogar sinuca.