Jornal Correio Braziliense

Brasil

PM dispersa com bombas ato de estudantes em SP contra a máfia da merenda

Cerca de 50 estudantes se reuniram em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação, na praça da República

Um protesto de estudantes da rede estadual de São Paulo foi dispersado com bombas de efeito moral pela Polícia Militar no fim da tarde desta quarta-feira (6/4). Cerca de 50 estudantes se reuniram em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação, na praça da República, no centro de São Paulo, para manifestar contra a fraude em contratos de fornecimento de merenda para as escolas estaduais.

Por volta das 16h30, os estudantes seguiram pela avenida Rio Branco e, quando estavam próximos da avenida São João, foram contidos por policiais que atiraram bombas de efeito moral. Alguns estudantes passaram mal por causa do gás. O ato foi encerrado após a ação policial.

[SAIBAMAIS]Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que foi necessário intervir no protesto porque os manifestantes teriam se negado a negociar com a PM o trajeto da manifestação e "insistiram em paralisar cruzamentos importantes do centro da capital". "Importante destacar que os organizadores não notificaram a corporação sobre o protesto", informou em nota. Por isso, segundo a nota, a PM fez um bloqueio na pista para conter os manifestantes e utilizou munição química para dispersá-los.



A SSP informou que um menor de idade foi encaminhado à delegacia por desacato aos policiais. A secretaria não informou a idade do manifestante, nem se o jovem já teria sido liberado.

A reportagem tentou falar com os estudantes, mas eles não foram localizados. Em uma página nas redes sociais, no entanto, os estudantes disseram que o ato seguia pacífico até a intervenção da polícia. "Mais uma vez a PM de São Paulo não respeita um ato pacífico dos estudantes e parte para cima com bombas de gás, escudos e cassetetes", diz a mensagem.

Manifestações
Desde fevereiro, os alunos das escolas estaduais têm feito uma série de protestos contra a fraude nos contratos de merenda. Eles pedem que seja aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo para investigar as denúncias de desvio de verba na merenda no Estado.