Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morreu hoje aos 56 anos, em um acidente de avião. Ele estava acompanhado da família: a esposa Andréia, os filhos João e Carolina, a nora, o genro e o piloto. A aeronave caiu na Zona Norte de São Paulo, por volta das 15h20, logo após decolar, a cerca de 200 metros da pista de pouso do Campo de Marte.
Eles estavam a caminho do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, onde eram esperados para um casamento de um sobrinho do executivo. Roger foi o responsável pelo processo de internacionalização da Vale, o que a tornou a segunda mineradora do mundo. O avião caiu em cima de uma casa, mas os cinco moradores sofreram ferimentos leves. Morreram os sete ocupantes da aeronave.
Uma testemunha disse ter visto a aeronave voando mais baixo que o normal, e logo após cair, deixou uma casa e um carro completamente carbonizados.
O empresário comandou a Vale entre 2002 e 2011. Durante a crise econômica mundial de 2008, ele entrou em conflito com o governo ao demitir milhares de pessoas, o que provocou a ira do então presidente Lula. Mas o executivo não recuou. Antes de assumir a presidência da Vale, Roger trabalhou no Bradesco, onde chegou muito jovem. O Bradesco é um dos principais acionistas da mineradora, que foi privatizada em 1996.
Em setembro de 2011, durante a cerimônia em que receberia um prêmio em NovaYork, a presidente Dilma Rousseff teve uma surpresa: recebeu uma rosa. Mostrando que não guardava mágoas por ter saído da presidência da Vale por pressão do governo, Agnelli pegou uma flor de um arranjo e entregou à presidente. No começo de 2015, ele chegou a ser cotado para substituir Graça Foster no comando da Petrobras.
Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Além de presidir a Vale, exerceu o papel de conselheiro em grandes empresas brasileiras, como a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Petrobras. Era um dos vice-presidentes da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009 . Em dezembro de 2011, criou a AGN Participações, uma companhia de investimento focada nos setores de commodities.