Mais de dois meses após o início das ocupações de escolas em Goiás, estudantes desocuparam todas as unidades em funcionamento no estado. Apenas uma escola, desativada desde 2014, continua ocupada. Desde dezembro, 28 escolas chegaram a ser tomadas por estudantes secundaristas, professores e apoiadores em protesto contra proposta do governo estadual de transferir a administração de escolas a Organizações Sociais (Oss).
Para o governo do estado, a desocupação dos colégios estaduais Instituto de Educação de Goiás, em Goiânia, e Américo Borges de Carvalho, em Anápolis, na última sexta-feira (19), ;encerra o processo de ocupação de escolas e restabelece a normalidade total do ano letivo da educação;, segundo nota divulgada pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce).
O governador em exercício de Goiás, José Eliton de Figuerêdo Júnior, determinou nesse sábado (20), que a Seduce e a Secretaria de Gestão e Planejamento façam um levantamento completo dos eventuais prejuízos provocados pelas ocupações para cobrar dos responsáveis.
De acordo com a Seduce, foram constatadas depredações no Instituto de Educação de Goiás. O órgão diz que a desocupação ocorreu de forma voluntária, sem necessidade de negociação ou interferência da secretaria.
Pelo Facebook, na página Secundaristas em Luta ; GO, integrantes das ocupações denunciaram casos de agressões e de atos de violência policial durante as desocupações.
A partir deste ano, Goiás pretende transferir a administração de escolas estaduais a OSs, que são entidades filantrópicas. O modelo, que já é aplicado no sistema de saúde do estado, é inédito em escolas no Brasil, segundo o próprio governo. A implantação começará em 23 escolas e deve chegar a 200 até o final do ano.
O modelo goiano prevê a assinatura de uma parceria para que os repasses públicos sejam feitos às entidades, que ficarão responsáveis pela manutenção das escolas e por garantir melhores desempenhos dos estudantes nas avaliações