Dos 462 casos de microcefalia confirmados até o início deste mês, 41 já possuem a confirmação da correlação com o vírus zika, que circula em 22 unidades da federação, segundo boletim do Ministério da Saúde. No último relatório, com dados até 30 de janeiro, eram 17 casos de microcefalia confirmadamente ligados ao zika. 765 casos foram descartados e o governo segue investigando 3.852 notificações. 5.067 suspeitas da malformação foram reportadas desde o início do surto, em outubro de 2015, até o dia 6 de fevereiro.
Já há confirmações de diagnóstico em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Pernambuco, primeiro estado a identificar o aumento do número de casos da malformação, tem o maior número de confirmações (167), seguido pela Bahia (101), Rio Grande do Norte (70), Paraíba (54), Piauí (29) e Alagoas (21).
Dos 91 óbitos notificados, supostamente causados por microcefalia ou alterações no sistema nervoso central e ocorridos durante a gestação ou após o parto, 24 já possuem a confirmação da condição congênita ou dos problemas neurológicos; oito já foram descartados e 59 estão em investigação.
Segundo o Ministério da Saúde, os 765 casos descartados ou são de bebês com exames de imagem e laboratoriais normais, ou possuem microcefalia ou alterações no sistema nervoso central que não foram causadas por infecção.
;Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados e a possível relação com o vírus zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, outros agentes infecciosos, rubéola, citomegalovírus e herpes viral;, lembrou a pasta.
Vacina
Mais cautelosa que o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma previsão maior para a produção de uma vacina contra o zika. Segundo a OMS, só deve ficar pronta para testes clínicos em, pelo menos, 18 meses, frente aos 12 estimados pelo ministro Marcelo Castro na última quinta-feira.
Em Genebra, a vice-diretora da OMS, Marie-Paule Kieny, garantiu que 15 laboratórios e agências de pesquisa se dedicam atualmente à elaboração da vacina. Segundo Kieny, duas delas são promissoras, a que está sendo desenvolvida pelo Instituto Nacional de Saúde (INH) dos Estados Unidos, e a do laboratório indiano Bharat Biotech.
A produção de uma vacina tem duas etapas, com subdivisões, que podem tomar até uma década. Na primeira, chamada de pré-clínica, a nova molécula é testada em laboratórios e, depois, em animais, que geralmente são camundongos. Durante a etapa clínica, a primeira fase começa com o teste em humanos para avaliar a segurança do produto. Na segunda, calcula-se qual seria a dose ideal e o esquema de vacinação para a imunização eficiente. Na fase três, a proteção é posta à prova por meio de vacinação em grande número de pessoas com chances maiores de infecção. Na fase final, é feito o acompanhamento, para confirmar se a vacina provoca efeitos adversos ou se é segura para uso em grande escala.
A OMS ainda não confirmou a relação entre o zika e o aumento no número de casos de microcefalia, síndrome de Guillain-Barré e outros possíveis desdobramentos neurológicos da infecção. ;Ainda precisamos de algumas semanas para demonstrar se há uma relação de causalidade, mas é altamente provável;, disse Kieny.
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