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Pai que agrediu filha é condenado com base na Lei Maria da Penha

Homem, que deve cumprir três meses em regime aberto, alegou ter usado medidas corretivas para educar a jovem

A 15; Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve condenação com base na Lei Maria da Penha de um homem por agressão à filha. A pena foi fixada em três meses de detenção, no regime aberto. As informações foram divulgadas no site do TJ nesta terça-feira (5/1).


De acordo com o processo, a vítima teria brigado com a irmã mais nova. O acusado passou a agredir a filha mais velha, golpeando-a com murros e pisando em seu rosto e nas costas, além de tentar enforcá-la. A jovem conseguiu se desvencilhar e se trancou no banheiro, de onde ligou para a polícia.

Em primeira instância, o acusado foi condenado, mas a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça alegando que a aplicação da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) deveria ser afastada, uma vez que o réu é pai da vítima e "apenas empregou meio corretivo para educá-la".

A tese, no entanto, não convenceu a turma julgadora. "Foi correta a aplicação da Lei Maria da Penha ao caso, visto que as agressões foram perpetradas pelo réu, contra vítima do sexo feminino, que residia no mesmo local que o agressor e com ele mantinha laços familiares", anotou o desembargador Willian Campos, relator do recurso, em seu voto.

O magistrado ressaltou que no laudo pericial constou que a vítima sofreu "lesões no rosto e no braço, compatíveis com suas declarações". "Incabível a alegação do réu de que teria agido sob o manto do exercício regular do direito, uma vez que não se limitou a corrigir sua filha, pelo contrário, agrediu-a violentamente, extrapolando o denominado direito de correção, usado na educação dos filhos." Os desembargadores Encinas Manfré e Ricardo Sale Júnior também integraram a turma julgadora. A votação foi unânime.