Trinta mil corredores lotam a Avenida Paulista no último dia do ano, na tradicional Corrida Internacional de São Silvestre. Ao lado de corredores de elite, atletas anônimos de todo o Brasil participam da prova que tem 15 quilômetros (km) de trajeto, percorrendo pontos da região central de São Paulo. Às 8h40 foi a largada das atletas do feminino e pouco depois, às 9h, largaram os atletas do masculino. Os atletas de ponta foram seguidos por um mar de pessoas com mensagens, fantasias e disposição para completar a prova, que comça na altura da Rua Frei Caneca e termina próximo à Avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Entre as promessas de pódio para o Brasil, está o mineiro Giovani dos Santos. Ele foi o melhor atleta brasileiro nas últimas edições da prova, tendo ficado na quinta colocação no ano passado. Na elite do feminino, está Joziane Cardozo, que foi a melhor classificação do Brasil em 2014, no oitavo lugar. Os principais destaques da prova continuam sendo os quenianos e etíopes. Dawit Fikadu Admasu, da Etiópia, campeão no ano passado também participa neste ano. Assim como o queniano Stanley Koech, que ficou a segunda colocação.
Confraternização
;A gente vem também para celebrar, para festejar o encerramento do ano;, diz o auditor fiscal Eduardo Tanaka, 48 anos, que competiu vestido de super-homem. Já é a quinta vez que ele participa e veio de Florianópolis com a esposa, a fonoaudióloga Raquel, 37 anos, vestida de mulher-maravilha. O casal dedicou os minutos antes da prova para tirar fotografias com os demais participantes. ;É a primeira vez que viemos fantasiados. É bom porque aumenta a integração;, disse Eduardo.
Teve gente que aproveitou para noivar durante a corrida. O brasiliense Daniel Lima, 48 anos, e a paraguaia Selva Jimenez, 45 anos, se conheceram há anos em uma prova no Rio de Janeiro. ;Decidimos fazer esta surpresa;, disse o noivo, que já corre a São Silvestre há 9 anos e, pela primeira vez, vai competir vestido de terno. Selva também veio a caráter: branco, véu e grinalda. Eles dizem que a roupa não atrapalha o desempenho na prova e que, apesar de concluírem todo o percurso, eles encaram a prova mais como uma festa. ;Não é pela competição. É muito bom estar aqui;, disse Daniel.
É comum encontrar também equipes de corrida que treinam todo o ano juntos. É o caso da Vem Comigo, que reúne corredores de diferentes bairros de São Paulo. Ao longo do ano, eles participam de diversas competições, mas também acreditam que a São Silvestre é diferente. ;A gente termina o ano se confraternizando. Vamos nos reunir no final da Brigadeiro [Luís Antônio] para cruzar a linha de chegada juntos;, disse o administrador de empresas Roberto Denoni, 43 anos.
Amilton Silva, 52 anos, carrega 6,3 kg de uma cabeça de boi como capacete há 7 anos. Ele, que corre a São Silvestre desde os 16 anos, explica que se sente com mais força com os chifres na cabeça. ;É sinal de virilidade, de força, para entrar com bastante energia, me sinto mais energizado;, disse. O paulistano costuma terminar sempre a corrida, mas reconhece que o peso do adorno atrapalha um pouco o desempenho. ;Costumo fazer em uma hora e vinte, ou trinta, no máximo;, apontou.