Jornal Correio Braziliense

Brasil

Ministério amplia exames para bebês com suspeita de microcefalia

Ecografia e tomografia passam a ser obrigatórias para crianças com perímetro cefálico menor que 32mm

O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (14/12) o Protocolo de Atenção à Saúde e Respostas à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à infecção pelo vírus Zika, que será usado por profissionais de saúde dos sistemas público e privado do país no cuidado de mulheres em idade fértil, gestantes e de bebês com suspeita de microcefalia. Uma das principais mudanças é a indicação da ecografia transfontanelar e da tomografia para os recém-nascidos com menos de 32 centímetros de perímetro cefálico.

[SAIBAMAIS]Em entrevista na tarde de hoje, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, informou que essas são as principais mudanças no atendimento das crianças, considerando que os demais, como teste da orelhinha e do pezinho, já são preconizados pela pasta. Primeiro será feita a ecografia e, caso ela mostre que os ossos do crânio estão selados, será feita a tomografia.

O documento prevê ainda uma maior distribuição de testes rápidos de gravidez, a busca ativa de gestantes para o pré-natal e o registro dos sintomas do Zika na caderneta da gestante, no caso deles serem relatados durante a gravidez.

Estimulação precoce

A estimulação precoce dos recém-nascidos com microcefalia e outras malformações também está prevista no protocolo. De acordo com Beltrame, a estimulação deverá ser feita até os três anos de idade, quando se completa o ciclo de desenvolvimento neurológico e cerebral da criança. ;O objetivo é reduzir os danos das malformações;, acrescentou o secretário.

Beltrame confirmou que já há registros de cegueira congênita, de malformação do globo ocular e de surdez congênita nos bebês que nasceram com microcefalia em decorrência do vírus Zika. Segundo o secretário, esses casos são ainda mais delicados, já que o desenvolvimento de crianças com essas limitações precisa de mais atenção.

Transmissão

Durante a entrevista, Beltrame esclareceu que não há comprovação de que o vírus Zika seja transmitido pelo leite materno. ;Embora tenham circulado boatos na internet, não há contraindicações de aleitamento materno para crianças filhas de mães que tiveram Zika.;

Segundo especialistas, há um registro de transmissão sexual da doença. Conforme Beltrame, ainda são necessárias pesquisas para confirmação dessas possibilidades.