;Já acabou, Jéssica?;, diz Lara à sua colega de sala. ;Sim, pode pegar o livro, não vou precisar mais dele;, responde a garota sorrindo, cheia de boa vontade.
Acredite: é esse tipo cordialidade que costuma predominar entre Lara T., 14 anos, e Jéssica A., 13, alunas do 7; ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Reverendo Cícero Siqueira, que funciona em Alto Jequitibá, na Zona da Mata mineira.
Assim pelo menos caracteriza a relação entre as adolescentes uma funcionária da escola, que convive com elas quase que diariamente desde o início do ano letivo ; e por isso mesmo estranha o festival de tapas, socos e pontapés trocados nesta segunda-feira pelas garotas nas proximidades do colégio. Registrada pela câmera do smartphone de um companheiro de classe das jovens , a briga, postada no Youtube, se tornou viral, chegando a ocupar o primeiro lugar nos trending topics mundiais do Twitter.
A briga teria sido motivada por ciúmes. Segundo a servidora da instituição de ensino, a estudante teria visto a amiga falar mais cedo com seu namorado - que mora em uma cidade vizinha e não estava presente no momento da rusga. Supostamente incomodada com a cena, chamou Lara para conversar. O papo ia bem até que, não se sabe por quê, Jéssica puxou os cabelos da (que passou a ser sua) rival e a jogou no chão.
;Foi um dia de fúria", conta a funcionária, que descreve a Cícero Ciqueira como uma escola pacífica.;Só uma briga de adolescentes que passou um pouco da conta. Inclusive não entendemos porque algo tão banal ficou tão famoso. De qualquer forma, não é a regra por aqui;, completa.
As personalidades das mocinhas também não dariam pistas de que o conflito que deu fama a Alto Jequitibá seria, um dia, performado. Em seu círculo social, Lara é tida como uma pessoa calma, embora tenha seus dias de impaciência. Sabe-se que adora se maquiar e, até então, nunca havia se envolvido discussões. Já Jéssica, é uma espécie de ;Miss Simpatia;. Do tipo popular, é vista sempre rodeada de amigos, e não se dá notícias de que colecione desafetos.
Final Feliz
As pazes, felizmente, já foram feitas. Com direito a choro, pedidos de desculpas e abraços, numa reunião convocada na mesma fatídica segunda-feira pela diretoria da escola. O encontro contou com a presença das mães das moças e do Conselho Tutelar. Nenhum dos envolvidos, incluindo as protagonistas da história, quis se pronunciar sobre assunto. Em conversa rápida com a reportagem, o vice-diretor do colégio disse apenas que a mãe de Lara está bastante abalada com a situação, e que a comunidade escolar lamenta o ocorrido.