Jornal Correio Braziliense

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Dilma sobrevoa cidades devastadas após rompimento de barragens em MG

Seis dias depois do desastre em Bento Rodrigues, a presidente finalmente visitará o povoado devastado pelo rompimento das barragens e Valadares



Desde a tarde de quinta-feira, quando ocorreu a tragédia, que resultou em oito mortes (há 19 desaparecidos e mais de 600 desabrigados), Dilma esteve em Alagoas, recebeu o príncipe e a princesa do Japão no Planalto e reuniu-se com uma série de ministros. Na sexta, ela mandou como seu representante o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que sobrevoou a área.

[SAIBAMAIS] No sábado e domingo, não teve nenhum compromisso oficial e nem assim abriu espaço na agenda para visitar as vítimas do acidente. A ministra das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, foi a Mariana no domingo prestar solidariedade aos atingidos pelo desastre. Na segunda-feira, a presidente participou de cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural, condecoração entregue a personalidades da área. Na terça, quando os danos do acidente atingiram até o Espírito Santo, Dilma foi ao Rio de Janeiro entregar unidades do Minha casa, minha vida, em Nova Friburgo, além de visitar obras e participar de reunião sobre as Olimpíadas na capital carioca. Ontem, ela ficou o dia todo em reuniões com ministros.

Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), ele foi informado que Dilma vai encontrá-lo hoje, às 9h, mas não indicou o local. Ele vai pedir apoio para que Samarco, Vale e BHP Billiton assumam as responsabilidades com as vítimas e o suporte às finanças locais. ;Mariana é um município minerador e pedirei que, de alguma forma, nossa arrecadação não caia;, afirmou.

Cobrança à Samarco

Ontem, a presidente disse ao ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que a Samarco, Vale e BHP têm de arcar com todos os custos para recuperar municípios atingidos pelo desastre, já que isso não seria de competência do governo federal. A principal discussão será em torno do abastecimento de municípios que captam água do Rio Doce. Na campanha presidencial de 2014, a Vale Energia S.A., do grupo Vale, doou R$ 2,5 milhões à petista.

Apesar de cobrar responsabilidade das empresas, o único posicionamento oficial da presidente sobre a tragédia ocorreu no dia seguinte ao rompimento. Em sua página no Facebook, ela informou que recebeu ;com pesar a notícia;. ;Presto minha solidariedade às vítimas e a seus familiares. É preciso apurar com rigor as causas e responsabilidades do acidente;, escreveu. Houve ainda a liberação do FGTS para os atingidos pelo desastre.