Em audiência pública numa comissão do Senado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (27/10) que a decisão tomada pelo governo de São Paulo de separar os estudantes da rede pública por faixa etária é "recomendável", mas destacou ser necessário cautela nessa transferência dos alunos.
A mudança, anunciada em setembro pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), prevê a reorganização das escolas estaduais para que tenham apenas um ciclo de ensino: anos iniciais do ensino fundamental (1; ao 5;), anos finais do fundamental (6; ao 9;) e ensino médio. Com isso, 311 mil alunos serão transferidos para outra unidade no próximo ano e 74 mil professores - quase um terço do 220 mil que trabalham na rede - serão afetados.
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A Secretaria Estadual da Educação divulgou nesta segunda-feira (26/10) que 94 escolas da rede serão fechadas, seus alunos serão transferidos para unidades próximas e os prédios terão outras finalidades. Dessas, 66 ficarão à disposição dos municípios para uso em Educação de Jovens e Adultos (EJA), ensino técnico ou creches. O governo do Estado promete divulgar a lista das unidades nos próximos dias.
A alteração foi divulgada em um contexto de protestos quase diários de professores, pais e alunos, além de críticas do principal sindicato de professores do Estado, a Apeoesp, que estimava que 162 unidades seriam fechadas.
Dizendo ter muito cuidado em falar da "rede alheia", comandada pelo tucano Geraldo Alckmin, Mercadante defendeu que a educação seja tratada como uma "questão suprapartidária". "Fecharam 94 escolas. Do ponto de vista pedagógico, não vejo problema em separar por faixa etária, talvez até faça sentido. Agora, com o problema da mobilidade em SP, os pais que escolhem a escola mais perto de casa vão ter um problema de transporte", avaliou.
Para o ministro, a mudança prevê "uma questão imediata a ser ajustada". "Acho que é até recomendável que você tenha faixas etárias específicas, e não ter a criança da alfabetização convivendo com o aluno do último ano do ensino médio. Mas, como fazer essa transição, é algo muito delicado", disse.