Brasil

Fabricantes de armas financiaram integrantes de comissão sobre desarmamento

Nas eleições do ano passado, 11 dos 26 integrantes da comissão especial da Câmara receberam repasses de empresas que têm interesse direto no setor

Marcelo da Fonseca/Estado de Minas
postado em 26/10/2015 07:18
Nas eleições do ano passado, 11 dos 26 integrantes da comissão especial da Câmara receberam repasses de empresas que têm interesse direto no setor
Quase metade dos parlamentares que votarão amanhã o projeto que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento, com redução das exigências para a compra de armas de fogo, receberam doações de campanha de fabricantes de armas e munições ou de empresas ligadas ao setor de vigilância privada. Nas eleições do ano passado, 11 dos 26 integrantes da comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o novo estatuto receberam repasses de empresas que têm interesse direto no setor. Entre eles, está o presidente do colegiado, deputado Marcos Montes (PSD-MG), que recebeu em 2014 contribuições da Forja Taurus e da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC). Foram R$ 15 mil de cada uma. Especialistas alertam que a nova lei pode aumentar o número de homicídios e latrocínios no país.

Mas o lobby em cima de parlamentares que integram a chamada ;bancada da bala; vai além dos integrantes da comissão. Levantamento feito pelo Correio/Estado de Minas na prestação de contas das eleições de 2014 divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que as empresas ligadas ao setor de comércio e fabricação de armas e de segurança particular e patrimonial injetaram na campanha eleitoral R$ 8,5 milhões em doações para mais de 40 deputados federais e comitês partidários. As maiores patrocinadoras foram, exatamente, as fabricantes de armas e munições Taurus e CBC, que doaram R$ 1,8 milhão.



Renomeado como Estatuto de Controle de Armas de Fogo, o projeto que será votado amanhã traz pontos no mínimo polêmicos, como a redução de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas no país e a gratuidade de taxas na compra da primeira arma para proprietários e trabalhadores rurais e pessoas que se declararem pobre.

Nas eleições do ano passado, 11 dos 26 integrantes da comissão especial da Câmara receberam repasses de empresas que têm interesse direto no setor

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