Jornal Correio Braziliense

Brasil

Polícia não encontra traficantes que mataram dublador no Rio

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que o soldado morreu em retaliação a 30 prisões de traficantes efetuadas na semana passada no Alemão e na Vila Cruzeiro

A Polícia Militar (PM) fracassou na tentativa de encontrar os traficantes que mataram a tiros o soldado Caio César Cardoso de Melo, de 27 anos, dublador oficial do personagem Harry Potter. O Complexo do Alemão (zona norte), onde o PM morreu, foi vasculhado pelos policiais, que não prenderam ninguém e ainda tiveram que se proteger dos tiros de fuzis disparados por bandidos vinculados à facção criminosa Comando Vermelho (CV).

Leia mais notícias em Brasil

Por causa dos tiroteios, 550 alunos da rede municipal de ensino, que estudam na região, ficaram sem aulas na manhã desta quinta-feira (1;/10). O teleférico que liga as favelas do complexo teve que ser desligado pela concessionária SuperVia, como medida de precaução. Durante todo o dia havia muita tensão no Alemão, com a presença dos policiais militares do Batalhão de Choque nos becos, vielas, largos e ladeiras.

O porta-voz das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), major Ivan Blaz, disse que os criminosos ainda serão encontrados. "Perdemos um jovem policial, cumprindo sua missão. Era uma localidade que há muito tempo não vivia instabilidade. O importante é frisarmos que nós iremos atrás dos responsáveis", afirmou.

Melo, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UFF) da Fazendinha (pertencente ao complexo), morreu ao ser baleado no pescoço, nesta quarta-feira (30/10). O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que o soldado morreu em retaliação a 30 prisões de traficantes efetuadas na semana passada no Alemão e na Vila Cruzeiro, no vizinho conjunto de favelas da Penha. "Entramos em uma situação onde certos paradigmas foram modificados. Não pode haver, e nem haverá, da minha parte, nenhum tipo de recuo (na política de pacificação). A gente não faz aqui segurança pública. Faz segurança contra a barbárie", disse Beltrame, que esteve no enterro do policial em Duque de Caxias, cidade na Baixada Fluminense.