Jornal Correio Braziliense

Brasil

Água do Rio Tietê tem piora em 70% da extensão, segundo relatório

O índice que mede a quantidade de poluentes no Tietê foi pior em 16 pontos em 2014, mais do que na média dos cinco anos anteriores

Dados da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) mostram que a qualidade da água do Rio Tietê piorou em quase 70% dos 23 pontos de monitoramento distribuídos pelos 1.100 km de extensão do principal rio paulista, entre a nascente em Salesópolis, Grande São Paulo, e a foz em Pereira Barreto, no interior. Esta terça-feira (22/9) é o Dia do Rio Tietê.

Segundo o relatório, publicado em maio deste ano, o índice que mede a quantidade de poluentes no Tietê foi pior em 16 pontos em 2014, mais do que na média dos cinco anos anteriores. De acordo com a Cetesb, no trecho que atravessa a Grande São Paulo, "a qualidade diminuiu acentuadamente, variando entre ruim e péssima". Somente três pontos apresentaram melhora, em Biritiba-Mirim, na Grande São Paulo, e em Promissão, no interior .



Na região metropolitana, ainda há sete pontos classificados como "péssimos", entre Guarulhos e Pirapora do Bom Jesus, onde há presença de metais, toxicidade, eutrofização e baixos níveis de oxigênio dissolvido. Segundo a Cetesb, a estiagem de 2014, a pior da região em décadas, "também refletiu em uma piora da qualidade do Tietê, principalmente no trecho mais poluído".

Para a agência, "as obras de coleta e tratamento de esgotos na região metropolitana deveriam ser intensificadas, em conjunto com ações de gestão de uso e ocupação do solo, aporte de cargas difusas e a disposição de resíduos sólidos, a fim de acelerar a melhora na qualidade".

A Sabesp, responsável pelo saneamento em 34 cidades da região e pelo programa de despoluição do Tietê, informou que a mancha de poluição do rio recuou 86,6% desde 1993 e a coleta de esgoto subiu de 19% para 87% nesse período.