Jornal Correio Braziliense

Brasil

Governo prevê que novo Fies cortará 32% do subsídio a alunos

A taxa que os estudantes pagam trimestralmente subiu de R$ 50,00 para R$ 250,00



"A população sabe que terá o Fies. O Brasil precisa de um programa de crédito estudantil. Ele já está alinhado na programação orçamentária", assegurou Pires ao Estado. Segundo ele, o governo reduziu pela metade o número de vagas porque o seu crescimento era fiscalmente insustentável nesse momento de reequilíbrio fiscal.

A mudança no modelo do Fies é o primeiro resultado do Grupo de Trabalho Interministerial para Acompanhamento de Gastos Públicos do Governo Federal (GTAG), criado no início do ano pela presidente Dilma Rousseff para fazer um pente-fino nos principais programas do governo. No fim de agosto, o grupo deve apresentar um relatório final apontando a agenda de trabalho para os próximos meses com foco em outros programas. A modelagem do Fies saiu antes por causa do calendário estudantil.

O novo Fies nasceu depois de três meses de elaboração da engenharia financeira, período em que foram analisadas experiências internacionais de financiamento do ensino superior em países como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.

Decreto

Conforme decreto publicado nesta terça-feira, (11/8), no Diário Oficial da União, o prazo de amortização caiu para três vezes a duração do curso. Antes, os estudantes contavam com um prazo adicional de 12 meses, que foi eliminado. No novo modelo, foi elevada de R$ 50,00 para R$ 250,00 a taxa que os estudantes pagam trimestralmente durante o período do curso. Essa taxa não era reajustada desde 1999.

Mas a maior mudança foi a vinculação do programa a uma coparticipação do estudante no financiamento, pela qual o mutuário passa a pagar uma parte da mensalidade com uma alíquota previamente estabelecida que incide sobre a renda. Esse modelo é considerado pelo governo mais eficiente porque respeita a capacidade de pagamento do mutuário.

Por exemplo, um estudante com renda per capita bruta de até meio salário mínimo pagará 15% dos encargos educacionais, o equivalente a R$ 59,1 e 93,8% do financiamento. A tabela de comprometimento é progressiva até 38% de comprometimento de renda para estudantes com renda entre dois e dois salários mínimos e meio. Nesse caso, ele bancará R$ 748,60 da mensalidade o correspondente a um financiamento do governo de 21,6% do curso. Ou seja, quanto maior a renda, maior o porcentual de comprometimento de renda do estudante.