Jornal Correio Braziliense

Brasil

Cantareira enfrenta mês mais seco do ano e deverá fechar com déficit

A estiagem nas represas que abastecem 5,2 milhões de habitantes na Grande São Paulo está batendo o recorde de janeiro

Com entrada média de água 39% menor do que a registrada em junho o Sistema Cantareira atravessa o mês mais seco do ano. A estiagem nas represas que abastecem 5,2 milhões de habitantes na Grande São Paulo está batendo o recorde de janeiro. O manancial deverá fechar com déficit pela terceira vez em 2015.



Outro motivo é o aumento de 11,6 mil l/s para 13 mil l/s na retirada de água para a região de Campinas. No período, a Sabesp não reduziu a captação para a região metropolitana, resultando em um déficit de 400 milhões de litros por dia.
O saldo só é positivo se comparado com julho de 2014, quando o sistema passou a operar integralmente no volume morto. Naquele mês, o Cantareira recebeu apenas 4,2 mil l/s e perdeu 22,9 mil l/s, um déficit de 50 bilhões de litros no mês.

Segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, "foi possível fechar a torneira (por meio da redução da pressão da água e do fechamento manual da rede) porque as obras (emergenciais) foram feitas", disse, na quarta, 22, em encontro com empresários paulistas. Ele afirmou que o sistema estava "andando de lado" nos últimos meses e agora, na estiagem, "é óbvio que vai cair".

De acordo com Kelman, contudo, simulações recentes feitas pela empresa mostram que, mesmo que o sistema receba nos próximos meses 20% menos água do que em 2014, o Cantareira não voltará a operar na segunda cota do volume morto, recuperada em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.