Metade das crianças e dos adolescentes de São Paulo gostaria de deixar a capital para viver em outra cidade. Esse é o resultado de uma pesquisa relacionada à qualidade de vida de paulistanos entre 10 e 17 anos de idade, realizada pela Rede Nossa São Paulo e pelo Ibope Inteligência, divulgada nesta quinta-feira (23/7).
Ao todo, 805 crianças e jovens foram entrevistados entre os dias 13 e 30 de junho, em todas as regiões da capital. Os números apontam que 49% das crianças e dos adolescentes sairiam da cidade caso tivessem oportunidade. Outros 49% preferem continuar vivendo em São Paulo. Segundo a Rede Nossa São Paulo, a margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.
A pesquisa também mostra que, em geral, os jovens têm baixa sensação de pertencimento ao bairro em que vivem. Dos entrevistados, 45% disseram que a região é "apenas um lugar para morar". Outros 53% afirmaram se sentir "parte de uma comunidade".
O levantamento, que recebeu o nome de Irbem Criança e Adolescente, aponta ainda que as "igrejas" e o "Corpo de Bombeiros" são as instituições mais bem avaliadas pelos jovens: 86% consideram "ótimo/bom". Já a "Câmara Municipal" recebeu a pior classificação, com 26% de "ótimo/bom".
Irbem
Para definir o Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), os entrevistados avaliaram 53 itens em uma escala de 1 a 10. Em educação, o "conhecimento dos professores em relação ao que é ensinado" foi o que recebeu a maior nota, com 8 pontos. Os dados também mostram que os estudantes de escolas particulares (apenas 6% dos jovens da pesquisa) estão mais satisfeitos.
Já em relação à segurança pública, o "modo como as pessoas são tratadas pelos policiais" recebeu nota 4,3 - o índice mais baixo. Um a cada cinco jovens também afirmou ter "medo da polícia". Entre os entrevistados, 61% disseram ter medo de assalto, 56% da violência em geral, 33% do tráfico de drogas e 21% de "sair à noite". Cada criança ou adolescente poderia citar de forma espontânea, até três respostas.
Do total de itens avaliados, 40 receberam nota acima da média de 5,5 pontos e 11 ficaram abaixo dela. Os outros dois itens se mantiveram na média. Sobre a qualidade de vida em São Paulo, os jovens deram nota de 7,1.