As captações de chuva pelo Sistema Cantareira neste mês de junho estão melhores do que há um ano, acumulando 34,9 milímetros (mm) ou 59,7% da média histórica para o período. Nesse mesmo dia, em 2014, o volume pluviométrico correspondia a 44,85% do total previsto para todo o mês. No entanto, permanece a situação de crise hídrica.
As informações fornecidas diariamente pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) indicam que o nível da água armazenada nesta terça-feira (23/6) ficou estável em 19,9% sem levar em consideração o uso da reserva técnica (água que fica abaixo das comportas). E, na mesma base de comparação, há exatamente, 12 meses, a taxa de operação em relação à capacidade do Cantareira era 21,9%.
Considerando o bombeamento da reserva técnica, o nível desse manancial está em 15,4%, com déficit de 9,4% e a necessidade de reposição de 91,9 bilhões de litros para alcançar a altura das comportas, onde as captações ocorrem por gravidade. Há um ano, o uso da reserva técnica tinha completado pouco mais de um mês e de lá para cá só foi possível recuperar apenas a segunda cota da reserva.
[SAIBAMAIS]A escassez hídrica só não piorou mais porque, gradativamente, a Sabesp reduziu as retiradas dos seis reservatórios que formam o Cantareira , uma vez que a cada mês a Agência Nacional de Águas (ANA) limita o volume das vazões. Até ontem, a média autorizada pela ANA era 13,63 metros cúbicos por segundo no atendimento à população de São Paulo. O universo da população abastecida por esse sistema, que há um ano era cerca de 9 milhões, caiu para 5,2 milhões.
Os clientes que deixaram de ser atendidos pelo Cantareira passaram a ser abastecidos por outras fontes. No remanejamento mais recente , ocorrido no começo deste mês, a Sabesp fez a ligação de adutoras na Vila Ema, zona leste de São Paulo, usando o Sistema Rio Claro, para distribuir água a cerca de 200 mil pessoas nos bairros da Mooca, de São Mateus, Vila Formosa, Vila Alpina e
Sapopemba.
Nos demais sistemas administrados pela Sabesp, mais dois permaneceram com os níveis dos reservatórios estáveis: o Guarapiranga, que opera com 75,6% de sua capacidade, e o Alto Cotia, com 64,4%. Mais dois apresentaram queda: o Alto Tietê, de 20,4% para 20,3%, e o Rio Grande, de 90,8% para 90,4%. O Rio Claro foi o único a registrar aumento, passando de 63,7% para 63,8%.