O nível do Rio Negro, que banha a capital Manaus (AM) e municípios amazonenses, voltou a aumentar no fim de semana. Técnicos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) registraram hoje (22/6) a quarta maior medição este ano de 29,64 centímetros.
O volume do rio caiu 1 centímetro de quinta-feira (18/6) para a sexta-feira (19/6), após quatro dias com nível estável. Entre sexta-feira e sábado (20/6), o nível aumentou em média 1 centímetro e duplicou entre ontem e hoje.
A Defesa Civil informou que as cheias afetaram 92.024 famílias no estado e já são contabilizados 46 municípios em situação de emergência, quatro em situação de alerta e dois em estado de calamidade pública, Boca do Acre e Anamã. As famílias afetadas receberam 717 toneladas de alimentos não perecíveis, medicamentos e filtros de água.
Os agricultores do estado também foram atingidos pelas cheias do Rio Negro. Segundo Alfredo Pontes, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas (Fetagri), entre 70% e 80% da produção agrícola do esjá está comprometida. Ele afirma que os preços podem subir e que alguns produtos estão em falta no interior.
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"Você não vê mais tomate ou mamão no interior, por exemplo. Sem contar que isso gera aumento nos preços, alguns estão 30% mais caros. Sem políticas estabelecidas de auxílio à agricultura, o produtor vai ficando à mingua", disse Pontes.
O engenheiro da Superintendência Regional de Manaus do CPRM Hertz Rabelo disse que a expectativa é que o volume d;água continue subindo.
"É muito difícil estabelecer uma previsão porque o rio é muito dinâmico. Vários fatores influenciam seu volume. Mas [o rio] deve continuar subindo, a exemplo do que ocorreu em 2012, quando tivemos o maior registro. Naquele ano, o rio se manteve estagnado por um período e depois subiu. Mas não acreditamos que atinja a mesma marca", disse o engenheiro.
Muitas famílias tiveram suas casas alagadas com a cheia do Rio Negro. Na capital, 11 bairros na área urbana e 24 comunidades na zona rural estão acima do nível normal. Na área central da cidade, ruas foram interditadas por causa do alagamento.
O município de Anamã, cidade do Baixo Solimões, ficou praticamente submerso em todo o perímetro o que prejudicou serviços essenciais como atendimento médico e coleta de lixo.