Segundo os militares, a invasão aconteceu às 4h30 da manhã, após uma informação falsa ter mobilizado os PMs para o Vale do Paranã. Os sem-terra, liderados por Hugo Daniel Maciel, tomaram o caseiro da fazenda em cárcere privado por algum tempo, segundo Souza, mas depois ele foi liberado. A fazenda possui cerca de 1500 hectares e é uma das quatro propriedade de Abib Miguel na produção de soja e milho.
A partir de um grupo de whatsapp chamado de ;Terra no zóio;, cerca de 30 produtores rurais da vizinhança levaram 200 máquinas agrícolas e caminhões para a frente da fazenda, bloqueando o acesso de novos sem-terra, comida e água. Com isso, ficou inviabilizada a permanência dos integrantes da FNL no local. Segundo o sargento Souza, a PM, o advogado dos integrantes do movimento e um desembargador de Goiânia intermediaram uma saída pacífica. Havia 28 policiais e dez viaturas no local.
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Os sem-terra e o caseiro assinaram um termo de ajuste de conduta para saírem do local. Os agricultores da vizinhança forneceram ônibus e gasolina para os invasores do FNL deixarem a fazenda, que fica próxima à rodovia GO-118, na divisa com o município de Água Fria de Goiás. ;Foi preponderante a ação da vizinhança em inviabilizar o acesso;, avaliou Souza. Por volta das 17h, a fazenda foi desocupada totalmente.
Segunda ação
Essa é a segunda ação do FNL contra propriedades de Abib Miguel na cidade, que possui quatro fazendas na região. Em fevereiro, os sem-terra acamparam na fazenda Cerrado, onde hoje vivem 1.800 pessoas do movimento.
Abib Miguel foi condenado no ano passado a 37 anos de cadeia pela Justiça do Paraná porque, quando era diretor geral, produziu atos secretos incluindo funcionários fantasmas na folha de pagamento, segundo a denúncia do Ministério Público local. Ao todo, 15 réus foram condenados em oito ações criminais de primeira instância. Mas em 6 de março o TJ paranaense anulou a condenação de Abib argumentando que ele não teve amplo direito de defesa.
A ação da PM foi motivada pelo fato de uma propriedade privada ter sido invadida, não importando quem seja o dono dela, informaram autoridades ao jornal.