Rio de Janeiro - A Pesquisa Nacional de Saúde mostra que o sistema de saúde brasileiro é "o espaço de acesso garantido à população", avaliou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, na manhã de hoje (2), na divulgação da pesquisa. O estudo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em parceria com o ministério, que deve usar as informações na elaboração de políticas públicas.
A pesquisa mostra que 95,3% dos brasileiros conseguiram obter atendimento médico na primeira vez em que buscaram, e que 97% conseguiram se consideradas também as tentativas seguintes, em um intervalo de duas semanas. Desses atendimentos, 71% foi feito no Sistema Único de Saúde (SUS), e as unidades básicas de saúde foram consideradas a primeira opção na busca do atendimento por 47,9% da população.
"Isso se traduz objetivamente num sistema nacional de saúde que, em sua dimensão pública, privada e em toda a sua oferta, é um espaço de acesso garantido à população", disse o ministro, que afirmou que a opinião publicada pela imprensa costuma ter uma visão contrária. "No Brasil, se criou uma imagem de que há uma negativa do atendimento, quando isso não existe. Quem não usa o sistema fica com a impressão de que ele não tem qualidade e nega acesso".
O ministro destacou os avanços no programa de saúde da família no país, que tem mais da metade dos lares cadastrados, e afirmou que atualmente a situação é ainda mais favorável por conta do Programa Mais Médicos. Os dados da pesquisa são de 2013, e a meta do ministério é chegar a 70% de domicílios cadastrados em 2018.
A pesquisa mostra que 17,7% de lares cadastrados, no entanto, nunca receberam visita de profissionais de saúde. Para Chioro, o número está dentro do esperado, porque há diferenças na recomendacão das visitas. Casais jovens e de boa saúde que trabalham durante o dia, por exemplo, não precisam ser visitados, enquanto idosos acamados devem ser visitados todos os dias. "O número está dentro do que a gente considera adequado".
A pesquisa também traz informações sobre a violência no trânsito, e o ministro destacou que é preciso uma ação articulada para conscientizar a população para a o uso de cinto de segurança no banco de trás, e também para o uso do capacete no caso dos motociclistas. O segundo problema é maior no Norte e no Nordeste, onde uso de capacete ficou abaixo do restante do país. "Vivemos uma epidemia de acidentes de trânsito", disse Chioro, que defendeu uma ação articulada do poder público para enfrentar o problema.